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11/Oct/2023

Conflito no Oriente Médio e estratégia da Petrobras

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que o conflito no Oriente Médio vai trazer mais volatilidade ao preço do petróleo, e que a nova estratégia comercial da companhia vai ajudar a mitigar uma eventual disparada no valor dos derivados, principalmente do diesel, que já vinha pressionado. No governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras abandonou a política de paridade de preço internacional (PPI), criada no governo de Michel Temer e que considerava as cotações do petróleo no mercado externo. Provavelmente haverá mais volatilidade no preço, o que vai salientar de novo a utilidade da política de preços que a gente tem colocado em prática com o governo federal. Prates destacou especialmente uma possível aceleração no preço do diesel, mas disse que ainda é preciso acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.

O conflito atual em Israel se soma à recente decisão dos governos de Rússia e Arábia Saudita de reduzirem a produção de petróleo, numa tentativa de forçar a subida dos preços. Juntos, os dois países respondem por uma redução de 1,3 milhão de barris por dia. O atual cenário global resulta em uma combinação perversa: queda na produção com aumento da demanda, sobretudo vinda da China. Segundo a Tendências Consultoria, o mercado ficou deficitário. Está se consumindo mais do que produzindo. Isso vai levar a um enxugamento de estoques neste segundo semestre, e os preços estão refletindo esse cenário. Depois da pandemia, a Opep fez cortes para ajustar o mercado. Houve um descasamento muito grande entre demanda e oferta naquele momento, e acumulou-se muito estoque.

Quando os estoques recuaram e estavam num nível de maior equilíbrio, os países começaram a aumentar a produção. Por ora, a expectativa é de que os preços do petróleo fiquem mais pressionados no curto prazo, mas há uma tendência de arrefecimento na cotação. Em dezembro, a consultoria estima um relaxamento do corte de produção e trabalha com uma expectativa da queda da demanda diante da esperada desaceleração da economia mundial em 2024. Os estoques devem refletir um cenário de maior equilíbrio do mercado. A Petrobras não deve adotar uma política parecida com a do governo Dilma Rousseff, de segurar repasses de preços e que provoca um descasamento muito grande com o cenário internacional. O último reajuste da companhia foi em 16 de agosto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.