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15/Sep/2023

Combustíveis: menor oferta de petróleo eleva preços

A decisão da Arábia Saudita de prolongar cortes na produção de petróleo bruto até ao final do ano poderá resultar em um déficit significativo de oferta, mantendo os preços dos combustíveis em alta na bomba, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). Em seu relatório mensal, a AIE afirma que os cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) levaram à retirada do mercado de 2,5 milhões de barris por dia desde janeiro, embora a situação tenha sido mitigada principalmente pela oferta recorde dos Estados Unidos e do Brasil, com o aumento da produção não ligada à Opep em 1,9 milhão de barris por dia. A Arábia Saudita é a maior produtora e líder de fato da Opep.

Com a produção saudita e as exportações russas reduzidas até ao final do ano, é provável que o mercado registe um déficit significativo de 1,1 milhão de barris por dia no quarto trimestre, o que deverá pressionar os preços. A reversão dos cortes em 2024 deverá trazer o excedente de volta ao mercado, mas a falta de estoques de petróleo pode significar uma elevada volatilidade. A aliança entre Arábia Saudita e Rússia revela-se um desafio para os mercados petrolíferos. Os cortes combinados na oferta, de 1,3 milhão de barris por dia, levaram a um aumento acentuado nos preços, com o Brent, a referência internacional, subindo acima de US$ 90,00 por barril e os preços atingindo o maior nível em 10 meses.

A AIE espera que a demanda irá aumentar ainda mais, em 2,2 milhões de barris por dia em 2023, atingindo uma média de 101,8 milhões de barris por dia. O crescimento da procura deverá diminuir no próximo ano para 1 milhão de barris por dia, com uma média de 102,8 milhões de barris por dia, à medida que cai o ritmo da recuperação econômica da China e aumenta a adoção de veículos eléctricos. No entanto, espera-se que a China seja responsável por 75% do aumento da procura este ano. Os estoques globais de petróleo caíram 76,3 milhões de barris por dia, atingindo o mínimo de 13 meses em agosto. No próximo ano, os estoques de petróleo estarão em níveis desconfortavelmente baixos, aumentando o risco de outro aumento na volatilidade que não seria do interesse nem dos produtores nem dos consumidores, dado o frágil ambiente econômico.

Entretanto, a AIE espera que a oferta de petróleo este ano cresça 1,5 milhões de barris por dia, para uma média de 101,6 milhões de barris por dia. A oferta deve aumentar mais 1,7 milhão de barris por dia no próximo ano. Com o preço do petróleo bruto em alta, o preço dos Urais (referência do petróleo russo) saltou para mais de US$ 75,00 por barril, levando os consumidores indianos a procurar fontes alternativas. A Índia tem sido uma das principais compradoras de petróleo russo desde o início da guerra com a Ucrânia, mas em agosto, as exportações russas para a Índia caíram 300.000 barris por dia em comparação com os meses de abril e maio.

O preço dos Urais foi em média de US$ 70,00 por barril até agosto, US$ 10,00 por barril acima do limite de preço estabelecido pelo G7 no ano passado, num esforço para reduzir as receitas do petróleo russo, no meio da invasão da Ucrânia. Isso pode ter levado alguns compradores, transportadores e seguradoras a reconsiderar a atividade no mercado dos Urais, mas com apenas um impacto marginal nos embarques até agora. O aumento dos preços do petróleo empurrou os preços dos Urais Bálticos para US$ 75,00 por barril neste início de setembro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.