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12/Sep/2023

Lançamento da Aliança Global por Biocombustíveis

Brasil, Estados Unidos e Índia lançaram, no sábado (09/09), a Aliança Global de Biocombustíveis (GBA). A iniciativa tem o objetivo de fomentar a produção e o uso de biocombustíveis, sobretudo do etanol, como fonte de energia alternativa para transporte menos poluente do que os combustíveis de origem fóssil. Os três países estão entre os cinco principais produtores de etanol do mundo. Os Estados Unidos, com o etanol de milho, respondem por 55% da produção mundial, segundo a Associação de Combustíveis Renováveis (RFA)). Na vice-liderança do ranking, o Brasil produz o equivalente a 27% desse total. A Índia é a quinta colocada, com 3%, atrás da União Europeia, com 4,8%, e da China, com 3,1%. O lançamento ocorreu em uma cerimônia, à margem da Cúpula do G-20, grupo das principais economias do mundo, na Índia. Não houve discursos oficiais.

Apenas o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, apertou uma lâmpada para simbolizar a criação da coalizão. Participaram da cerimônia os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Joe Biden (EUA), Alberto Fernández (Argentina); as primeiras-ministras Giorgia Meloni (Itália) e Sheikh Hasina (Bangladesh); os primeiros-ministros Lee Hsien Loong (Cingapura), Narendra Modi (Índia) e Pravind Jugnauth (Ilhas Maurício) e um representante governamental dos Emirados Árabes Unidos. Eles posaram para fotos de mãos dadas. Estava prevista a participação dos líderes do Canadá e da África do Sul, mas os países não enviaram autoridades à cerimônia. Canadá e Singapura participam, de início, na condição de observadores da aliança, não de membros fundadores. A nova aliança vai reunir 19 países ao todo. Também fazem parte organizações dos setores público e privado internacionais e dos países membros, no total de 12.

Segundo o governo brasileiro, a aliança está aberta a novas adesões. Especialistas ponderam, no entanto, que a demanda pelo etanol ainda é baixa. A expectativa do setor é de que o uso do carro flex, consolidado no Brasil, se espalhe pela Índia e demais participantes no futuro. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), o desafio é garantir o suprimento global num cinturão de bioenergia relevante. A demanda existe. A eletrificação sozinha não é capaz agora nem em 10 anos, 30 ou 50 anos de ofertar a descarbonização que o mundo precisa. Segundo Brasil e Índia, a produção de biocombustíveis precisaria triplicar até 2030 para o mundo alcançar emissões líquidas zero até 2050. Os dados citados são da Agência Internacional de Energia. Na avaliação da FGV Energia, um dos desafios da nova Aliança Global de Biocombustíveis será lidar com um mercado que ainda tem uma baixa demanda pelo produto.

É preciso criar uma demanda que muitos países não têm. Hoje, a participação do biocombustível na área de transportes é de apenas 4% na média global. Esforços foram feitos no passado, no governo Bush e nos primeiros governos Lula, para tornar o etanol uma commodity internacional. Era uma iniciativa mais bilateral e que acabou sem um alcance global. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) também reconhece a necessidade de expansão para outros países. O País tem uma solução tecnológica que entrega a descarbonização que o mundo precisa, mas ela está muito concentrada no Brasil. Ficar com uma solução isolada em energia não é inteligente. Ninguém quer um novo gás russo, ninguém quer um novo Oriente Médio da década de 1970, afirmou a Unica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.