ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Sep/2023

Cargill terá adoçantes à base de estévia no Brasil

A Cargill, empresa que no Brasil atua com originação e processamento de grãos, nutrição animal e soluções para a indústria de alimentos, anunciou nesta terça-feira (05/09) que está entrando no mercado brasileiro de adoçantes à base da planta estévia. A estreia se dará por meio de três marcas de adoçantes dietéticos e ingredientes para a indústria (bolos, pães, doces, bebidas, produtos lácteos, geleias, preparados de frutas e outros). Uma das marcas será a Truvia, voltada ao varejo com versões adoçante líquido e em pó, já presente em mais de 15 países, inclusive os Estados Unidos, onde entrou em 2008. Destaque para o processo tecnológico empregado na produção dos adoçantes à base de estévia, com extração da matéria-prima somente das folhas da planta, que interfere no sabor do adoçante.

Também foi citada a demanda crescente dos consumidores por alimentos com menor teor de açúcar. Pesquisa realizada pela companhia identificou que para 61% dos consumidores latino-americanos, os alimentos processados poderiam ser mais saudáveis se tivessem formulações com teor reduzido de açúcares. A entrada da Cargill no mercado brasileiro de adoçantes naturais marca o ingresso da companhia em um segmento que fatura aproximadamente R$ 1 bilhão por ano, considerando apenas produtos dirigidos ao varejo, e em um campo ainda maior, de ingredientes para a indústria de alimentos, para o qual não há estatísticas de receita. Apesar de não haver estimativas do tamanho do mercado de adoçantes naturais para a indústria, é dele que deve vir o maior resultado.

Não há estatísticas organizadas para esse segmento, mas o mercado industrial de adoçantes naturais deve ser maior do que o de consumo doméstico, considerando que envolve negociações com grandes empresas, como por exemplo de refrigerantes. No varejo, o mercado de adoçantes sem açúcar cresce anualmente cerca de 19%, acima do segmento de adoçantes em geral, que inclui açúcar e avança ao redor de 5% ao ano. Entre os adoçantes sem açúcar, os produzidos a partir de ingredientes naturais (mais de 95% são compostos por estévia) representam 27% do total. No mercado norte-americano, adoçantes à base de ingredientes naturais já são responsáveis por 50% do faturamento do setor e a perspectiva é de que a fatia no Brasil cresça também.

Tanto no varejo como no segmento industrial, a Cargill pretende buscar conquistar em torno de 20% de participação em um prazo de três a cinco anos. A empresa pretende ser um player importante nestes mercados. A apresentação das três marcas de adoçantes à base de estévia não apenas insere a Cargill em um novo mercado no Brasil como acompanha um plano mais abrangente da divisão de Food Solutions, de ampliar seu portfólio de produtos de maior valor agregado. A divisão contribui atualmente com cerca de 25% do resultado global da Cargill, que atua ainda na originação e processamento de grãos e nutrição animal. Já o Brasil representa em torno de 15% dos negócios de Food Solutins. A empresa está migrando cada vez mais de um portfólio de produtos básicos para uma oferta de itens de maior valor agregado. É um desafio enorme porque a Cargill é especializada em produzir itens que envolvem grandes volumes e desempenho operacional e agora tem de lidar com um portfólio mais diverso.

A Cargill é dona, por exemplo, das marcas de extrato de tomate Elefante, molho de tomate Pomarola e Tarantella e óleos Liza. A empresa está centrando cada vez mais em entender o que o consumidor quer para trazer isso para dentro e desenvolver produtos. A companhia está desenvolvendo soluções envolvendo adoçantes à base de estévia com empresas de refrigerantes dos Estados Unidos e do Brasil, que devem resultar em lançamentos no médio prazo. No segmento industrial há um foco muito grande em bebidas. Quando se conquista um cliente grande, há um salto muito grande no resultado. Mas, são projetos, no caso dos refrigerantes, que geralmente não são concluídos em menos de três anos.

A matéria-prima utilizada nas três marcas de adoçantes à base de estévia: Truvia, voltada ao uso industrial e consumidor final, EverSweet, produzido pela Avansya, joint venture da empresa com a DSM, e ViaTech, sendo estas duas últimas apenas para uso industrial, será comprada de propriedades na China e processada em unidades nos Estados Unidos. Não há planos de fazer a originação no Brasil porque o fornecimento chinês é mais competitivo. No Brasil, a companhia utilizará seu Centro de Inovação em Campinas (SP) e laboratórios de aplicação de produtos da unidade para desenvolver projetos e soluções voltadas ao mercado brasileiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.