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01/Sep/2023

Etanol 2G: Raízen investe para ampliar a produção

A Raízen já tem contratos assinados com petroleiras majors para o fornecimento de 4,3 bilhões de litros de etanol de segunda geração (E2G) nos próximos anos. Sozinha, a Shell, que tem participação na empresa, vai comprar 3,3 bilhões de litros, ou 76% do total encomendado até aqui, ao longo dos próximos 15 anos. A demanda garantida levou a Raízen ao plano de instalar 19 plantas no Brasil até 2030, com um investimento de R$ 20 bilhões. A primeira delas, chamada Parque Bonfim, será inaugurada no início de outubro no município de Guariba (SP), com uma capacidade de produção de 82 milhões de litros de E2G por ano.

Essa será a mesma capacidade das outras 19 unidades pretendidas pela Raízen no País, das quais cinco estão em construção. Pioneira na tecnologia, a Raízen mantinha desde 2014 uma unidade piloto em Piracicaba (SP), com capacidade de 30 milhões de litros por ano. Na prática, em plantas de E2G, é fabricado mais combustível a partir do reprocessamento do bagaço da cana já utilizada para a primeira leva de etanol, a "1ª geração". Por se tratar de um reaproveitamento de resíduos já utilizados, o E2G recebe reconhecimento diferenciado, mesmo dentro do hall de fontes renováveis, o que concede bônus dentro da lógica das metas de alguns países, como os europeus.

Quimicamente, trata-se do mesmo composto, mas com maior valor agregado em função do processo. Os contratos de fornecimento acontecem na maioria das vezes com a Europa, onde as majors de energia, sobretudo petroleiras tradicionais, são instadas legalmente a descarbonizar seus negócios e já recorrem ao E2G, devido a seu caráter renovável "dobrado". A Shell terá de encontrar mais mercados no mundo para alocar as cargas encomendadas à Raízen. Um mercado que tende a ser receptivo é o indiano, até porque o País tem grande potencial para etanol via cana-de-açúcar e pode estimular o consumo do produto para estimular a produção interna a médio prazo. O E2G é um negócio a pleno vapor. A Raízen vai conversar com diversos países para encontrar e desenvolver mercados.

A Índia tem uma possibilidade grande de consumo e desenvolvimento de plantas, mas o ideal seria contar ainda com Europa e, se possível, Estados Unidos. Uma outra frente de demanda listada para o E2G da Raízen, que virá em grande medida do Brasil, é a produção de combustível sustentável de aviação (SAF) A estratégia da Raízen não é produzir o SAF à base de etanol, mas se posicionar como fornecedor de empresas que adotem essa rota tecnológica, tendo um papel de fornecedor de etanol para SAF. A Shell acrescentou que há grande espaço para expandir a produção de combustível de aviação renovável, que representa só 1,1% do total hoje demandado pelo setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.