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18/Aug/2023

Petrobras fará sua 1ª compra de créditos de carbono

A Petrobras está perto de fechar a sua primeira compra de crédito de carbono, mais um instrumento para a descarbonização da empresa, que a partir deste ano entrou forte na tendência global das petroleiras, de se preparar para um futuro com menos petróleo. Ainda sem poder dar detalhes do negócio, a Petrobras informa que o volume da primeira aquisição será pequeno. No futuro, a própria Petrobras deve passar a vender seus créditos, com a evolução do seu projeto de captura de carbono na região de Macaé, no Rio de Janeiro. A empresa está olhando agora a questão de crédito de carbono, para compensar algumas emissões. É possível comprar no Brasil ou fora, mas no Brasil tem um bom potencial. Pode-se comprar o crédito de carbono de uma floresta, por exemplo. No futuro, a Petrobras pode também gerar créditos no mercado. A empresa vai entrar na captura, que é o CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage) e pode até gerar créditos de carbono.

A prioridade da companhia é reduzir as emissões organicamente, mas tem um limite. Uma parte reduz a emissão organicamente, outra parte captura, e a outra parte pode compensar com crédito de carbono. A empresa planeja fazer um hub na região de Macaé para armazenar CO², não apenas da empresa, mas de outras companhias que já demonstraram interesse em participar. Tudo vai depender, porém, da aprovação de uma legislação para CCUS no Brasil, e do sucesso de projeto-piloto da estatal na região para capturar 100 mil toneladas de carbono, que está em andamento. O CO² é armazenado no fundo do mar, em formações geológicas que nada tem a ver com a exploração de petróleo e gás. A legislação poderá sair no segundo semestre. Atualmente, a Petrobras é a empresa que mais injeta CO² no mundo. No ano passado foram 11 milhões de toneladas, um quarto dos 40 milhões de toneladas das emissões globais.

Além da captura de carbono, outras legislações estão sendo aguardadas com atenção pela empresa, como o marco regulatório para as usinas eólicas offshore, também previsto para este ano. A empresa conversa com empreendedores em três países no Hemisfério Norte, em estágios de construção diferentes, onde poderá ser sócia minoritária para pegar experiência. Se tudo correr como previsto, a primeira eólica offshore no Brasil deve começar a produzir em 2030. A ideia é ter uma participação pequena para poder acompanhar, é uma maneira de aprender. Quando for aprovado no Brasil, a Petrobras já estará preparada, mas é preciso aprovar o marco regulatório. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, prometeu um segundo semestre de pautas ambientais. Mas, enquanto a eólica offshore não vem, a empresa está em plena negociação para aquisição de projetos de usinas eólicas e solares onshore, todos em parceria e visando grandes parques com possibilidade de expansão. Podem ser projetos já existentes ou novos, mas ainda dependem de aprovações da diretoria e o Conselho de Administração da companhia.

A mesma expectativa serve para o hidrogênio verde. Há um grande potencial no Brasil para o combustível, que prevê substituir parte do petróleo no setor de transporte, mas também precisa de legislação própria para dar segurança jurídica aos potenciais investidores. A empresa já está conversando com um possível parceiro para a produção de hidrogênio no País que já estaria com o projeto mais avançado. Será analisada a possibilidade de uma planta de hidrogênio verde no Brasil, com um parceiro que já está com projeto, porque hoje não existe nada de produção. Como dá para transformar o hidrogênio verde em amônia e transportar como uma commodity, assim como o petróleo, a Petrobras pode se tornar um player importante no futuro, principalmente levando em conta estudos que mostram que, em 2030, o Brasil terá o hidrogênio verde mais barato do mundo por causa da energia renovável abundante no País. A Petrobras está se preparando para o futuro.

É para garantir esse futuro que é preciso dar continuidade para produção de petróleo cada vez com menos CO², o que tem sido facilitado pelos campos gigantes do pré-sal, como Búzios e Tupi. Isso vai garantir receita para os investimentos verdes, ao mesmo tempo em que deve credenciar a Petrobras para manter o fornecimento de petróleo em uma economia descarbonizada. Além disso, a empresa vem investindo em biocombustíveis, como o Diesel R, feito por coprocessamento com óleos vegetais. A expectativa é de que o mandato para que o produto da companhia possa ser misturado ao diesel, assim como o biodiesel, saia logo, dando o sinal verde para o crescimento da produção nas refinarias da companhia. Hoje, o Diesel R com 5% de percentual vegetal é produzido apenas na refinaria no Paraná (Repar). Mais três refinarias foram aprovadas para produzir o biocombustível: Reduc (RJ), Replan (SP) e RBPC (SP). Ainda não tem mandato para o Diesel R, mas a legislação poderá ter espaço na mistura do diesel, sem isso não tem como aumentar a produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.