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04/Aug/2023

Preços do petróleo sobem após cortes na oferta

Os preços do petróleo subiram para os níveis mais altos dos últimos três meses, diante de perspectivas econômicas melhores e cortes na oferta de alguns dos maiores produtores do mundo. Analistas acreditam que os contratos futuros de petróleo bruto de referência devem subir ainda mais e podem chegar a US$ 100,00 por barril, após terem sido negociados ao redor de US$ 80,00 por barril este ano. Uma nova alta se traduziria rapidamente em preços mais elevados dos combustíveis nos postos, representando um desafio adicional para as autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e outros grandes bancos centrais, que tentam trazer a inflação de volta às metas. O contrato futuro mais negociado do Brent, referência global para o petróleo bruto, saltou 13% em julho, a maior alta mensal em um ano e meio.

O equivalente nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate ou WTI, subiu quase 16% no mês passado, enquanto os futuros de gasolina e os preços nas bombas também subiram. Mudanças na oferta e na demanda alimentam a alta. Do lado da oferta, os estoques em queda refletem os recentes cortes de produção na Arábia Saudita e na Rússia, diferente do que se observou no início do ano, quando operadores e analistas suspeitavam que o governo russo não havia cumprido uma promessa anterior de reduzir a produção. Segundo a Trafigura, trading de commodities, o mercado já começa a responder aos cortes de produção da Arábia Saudita. Ao mesmo tempo, os indicadores econômicos sinalizam que os temores de uma recessão nos Estados Unidos e na zona do euro podem ter sido exagerados, aumentando as expectativas sobre o consumo de combustíveis.

Nesta semana, a Agência de Informações de Energia dos Estados Unidos (EIA) revisou os números relativos à demanda de petróleo para maio, revelando um recorde para aquele mês. O Goldman Sachs previa um recorde para julho, observando que a forte atividade econômica nos Estados Unidos e na Índia compensou o crescimento mais fraco na China. O Société Générale prevê que o petróleo Brent deve chegar a US$ 100,00 por barril no próximo ano, enquanto o Standard Chartered prevê US$ 98,00 por barril. Segundo o Standard Chartered, a demanda por petróleo deve superar a oferta em 2,8 milhões de barris por dia este mês, aumentando ainda mais os preços. Também prevê que o déficit diário médio deve chegar a 2 milhões de barris até o final do ano, sem considerar interrupções sazonais em outubro para manutenção de refinarias. Fatores técnicos também contribuem para este movimento.

Até recentemente, os contratos futuros de petróleo indicavam as maiores posições vendidas desde 2016, o que significa que muitos investidores se preparavam para se beneficiar da queda dos preços do petróleo. No entanto, o mercado começa a se reequilibrar, com alguns fundos de hedge reduzindo as apostas em preços mais baixos, e outros apostando que os preços continuarão subindo. Uma maior pressão de alta no preço do petróleo não seria bem-vinda para os bancos centrais. A energia é um componente importante na inflação global e um insumo fundamental para muitos bens e serviços, o que significa que os preços mais altos podem afetar o núcleo da inflação. Os custos de energia de todos os tipos, incluindo combustíveis, eletricidade e gás encanado, representam quase 7% do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos. Segundo a consultoria Energy Aspects, isso provavelmente reduzirá a tendência de queda da inflação que está sendo observada. Este será um desafio para os bancos centrais.

Para o Sibilla Capital, isto pode significar que os bancos centrais devem esperar mais para cortar as taxas de juros, se o petróleo subir e a inflação voltar a crescer. Os analistas não estão tão otimistas quanto às perspectivas futuras para os preços do petróleo. Uma pesquisa recente da Dow Jones com 15 bancos mostra uma estimativa média para o Brent em US$ 87,14 por barril em meados de 2024, não muito acima dos preços atuais. A incógnita é a China. Dados recentes sugerem que a economia está se recuperando mais lentamente do que o esperado após os sucessivos lockdowns da pandemia. Mas, as importações de petróleo apresentaram forte recuperação, com alta de 45% em junho em relação ao ano anterior, para 12,7 milhões de barris por dia, segundo dados alfandegários. Analistas questionam se o petróleo está sendo consumido ou armazenado e quanto tempo deve durar o aumento da demanda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.