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01/Aug/2023

Açúcar: balanço global 2023/2024 é superavitário

Segundo o Itaú BBA, a balanço entre oferta e demanda global de açúcar da safra 2023/2024 (outubro de 2023 a setembro de 2024) poderá registrar um superávit de 4,6 milhões de toneladas, após excedente de apenas 300 mil toneladas em 2022/2023. Há expectativa de aumento de produção no Centro-Sul do Brasil, na União Europeia, na China e na Tailândia. No entanto, mesmo com o aumento do lado da oferta, a relação entre os estoques e o consumo seguirá apertada, principalmente considerando três anos de déficit, além de riscos que a próxima safra pode vir a enfrentar. O risco climático está diretamente ligado ao fenômeno El Niño neste segundo semestre de 2023. Na Ásia, principalmente na Índia e na Tailândia, o El Niño reduz o volume de chuvas abaixo dos patamares habituais para o período. No Brasil, a Região Sul registra chuvas acima da normalidade, que podem ser direcionadas para o Centro-Sul. Caso haja mais chuvas na região, a produção de açúcar se torna mais difícil, pois pode diminuir o ATR, e aumentar as impurezas. Os fatores de risco podem fazer o mercado ganhar novo impulso em termos de preço.

O Itaú BBA estima que a moagem de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil será de 590 milhões de toneladas no ciclo 2023/2024 (abril de 2023 a março de 2024), 7,6% maior do que o registrado na safra 2022/2023. A qualidade da cana-de-açúcar para a safra, medida em Açúcar Total Recuperável (ATR) deve cair 1,3% quando comparada com a safra anterior, para 139 Kg de ATR por tonelada. Tal fato está relacionado a menor incidência solar no canavial e chuvas acima da normalidade no período de desenvolvimento da cana-de-açúcar. O mix de produção na safra 2023/2024 será voltado novamente para a produção de açúcar, com 36,2 milhões de toneladas do adoçante fabricadas até o fim de março de 2024, aumento de 7,4% ante 2022/2023. O mix está prevista em 46,3% para açúcar, ante 45,8% há um ano. Para etanol a perspectiva é de produção de 31,4 bilhões de litros (+8,1% ante 2022/2023). Haverá recuperação da produtividade agrícola nos canaviais e o País deixará de carregar a “herança” da seca e geadas da safra 2021/2022.

No caso da Índia, segundo maior produtor global, a expectativa para o ciclo 2023/2024 também é de recuperação da produtividade do canavial comparada com a safra 2022/2023 e, consequentemente, maior produção de açúcar. O total passaria de 32,8 milhões de toneladas no atual ciclo para 34 milhões de toneladas em 2023/2024. Porém, a estimativa para a temporada é de que 5 milhões de toneladas de açúcar sejam direcionadas para produção de etanol, o que reduziria o volume de açúcar disponível. O volume direcionado ao biocombustível é maior do que o da safra 2022/2023, porém menor comparado com a safra 2021/2022. Com relação a outros players globais, deve haver aumento na área plantada de beterraba açucareira na Europa de 2% a 3%. A produção na União Europeia, assim, tenderia a ficar em 17,5 milhões de toneladas em 2023/24, 12,9% acima do ciclo 2022/2023. Na China, a produção de açúcar pode subir 10,8%, para 10,3 milhões de toneladas na temporada. Na Tailândia, a expectativa é de produção de 12 milhões de toneladas, volume 9,1% maior do que o registrado em 2022/2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.