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27/Jul/2023

Petrobras mira biocombustíveis e captura de carbono

Investimentos para o fortalecimento de tecnologias relacionadas a biocombustíveis avançados e captura de carbono (CCUS) estão entre as apostas da Petrobras para alavancar os planos de descarbonização da companhia. A empresa pretende direcionar entre 6% e 15% do total de investimentos para projetos dedicados à redução das emissões de carbono. A companhia possui um programa de biorefino com potencial para trazer grandes oportunidades de conciliação entre sustentabilidade ambiental e geração de valor. A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, já produz diesel por coprocessamento. O coprocessamento é uma tecnologia capaz de aproveitar o combustível fóssil em conjunto com matérias-primas de origem vegetal, como o óleo de soja, ou de origem animal. O Diesel R é um exemplo de produto da estatal obtido por coprocessamento. Ele evita a emissão aproximada de 2,1 quilogramas equivalentes de carbono em cada litro de conteúdo renovável.

As reduções podem chegar a 90% na comparação com o produto de origem fóssil. Nos últimos anos, a Petrobras já conseguiu reduzir 39% de suas emissões absolutas mesmo com 10% de aumento de produção, o que demonstra o esforço em ofertar um modelo de energia e provimento de serviço cada vez mais eficiente do ponto de vista de descarbonização. O programa de Refino de Classe Mundial, o RefTOP, é uma das principais iniciativas da companhia que tem iniciado ações para aumentar a eficiência energética nas refinarias da estatal. Há possibilidade de avançar com o coprocessamento em outras refinarias da Petrobras. A refinaria Presidente Bernardes (RBPC), em São Paulo, deve avançar com a tecnologia de coprocessamento e poderá ser a primeira planta dedicada para a produção de HVO (diesel verde) e SAF (combustível sustentável para a aviação). Um desafio está relacionado à disponibilidade regional de matérias-primas para a produção de biocombustíveis.

Há uma demanda crescente por SAF, mas é importante o mercado se preparar para conseguir alternativas com a melhor relação entre custo e efetividade. A Petrobras pensa na produção do SAF em diferentes regiões e com diferentes matérias primas. Isso deve trazer desafios de diferentes tecnologias. Buscar o atendimento de uma forma mais custo efetiva é o que vai fazer esse negócio prosperar. Outro ponto destacado como um possível limitador para a oferta de combustível renovável é o não reconhecimento do governo quanto ao desenvolvimento de novos produtos com proposta sustentável. A Petrobras já produz e disponibiliza ao mercado o diesel renovável para a mobilidade urbana, mas, como política pública, o Brasil não reconhece esse combustível dentro do mandato de biodiesel. Ele é específico para uma das rotas. Isso é um possível limitante para o próprio oferecimento dessa opção de forma mais custo efetiva dependendo da região do País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.