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26/Jul/2023

Desafios para descarbonizar a aviação brasileira

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aviação brasileira pode ser descarbonizada exclusivamente com o combustível de aviação sustentável (SAF). A solução vem pelo SAF, uma cesta diversa composta por tecnologias já existentes, assim como novas. A agência tem o papel de estabelecer critérios que não sejam barreiras técnicas e sim estimulem o uso do SAF no País. O alinhamento com regras internacionais também é uma preocupação da Anac. O Brasil tem potencial para ser referência tanto na produção quanto na regulação do SAF. A agenda é colocar o País em destaque. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), o custo do combustível de aviação sustentável (SAF), que chega a ser três vezes maior do que o dos combustíveis fósseis, e isso é um desafio para a transição energética no setor. Ao mesmo tempo em que o setor persegue a descarbonização, não pode inviabilizar o funcionamento da aviação.

A expectativa é de um forte aumento de demanda por SAF nos próximos anos, enquanto a capacidade de produção ainda é limitada, o que pode pressionar o preço desse tipo de combustível. Nesse cenário, deveria haver um tratamento tributário adequado para o SAF. É preciso que haja uma redução de impostos, ainda que temporário, para estimular o uso desse tipo de combustível. Um relatório do grupo americano de análise de sustentabilidade cCarbon previu um aumento de 30 vezes na produção global de combustível de aviação sustentável até 2030. O estudo projeta um crescimento de 538 milhões de litros em 2022 para 18,2 bilhões de litros em 2030, uma taxa composta de crescimento anual de 55,3%. Estima ainda que o valor do mercado SAF chegará a US$ 29,7 bilhões no mesmo ano, acima de US$ 1,1 bilhão registrado no ano passado. A IATA não tem uma preferência por uma matéria-prima específica para produzir o combustível sustentável de aviação (SAF).

A produção de SAF deve atingir cerca de 70 bilhões de litros até 2028 ante 300 milhões de litros produzidos no ano passado. Para 2050, o volume salta para 450 bilhões de litros por ano. Para atender esse volume, será preciso usar todas as matérias-primas que já existem e desenvolver novas. Para a Honeywll Performance Materials and Technologies, a disponibilidade de matéria-prima sustentável é um ponto sensível na transição energética para o SAF, já que se trata de recursos limitados. Atualmente, resíduos de óleos, tanto animal quanto vegetal, são utilizados como matéria-prima. No entanto, atendem uma pequena parte da demanda. Outro ponto de atenção é o fato de o SAF precisar ser produzido no mesmo país em que será utilizado. Não faz sentido pensar em descarbonização e emitir carbono para transportar o combustível. Nesse sentido, o Brasil tem um grande potencial para fornecer matéria-prima, como biomassa e etanol, por exemplo, assim como para produzir SAF. O Brasil tem tudo para ser um grande player e liderar na região. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.