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18/Jul/2023

Açúcar: moagem no Brasil pode elevar preços futuros

Segundo a HedgePoint, se o Centro-Sul do Brasil conseguir moer 610 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no ciclo 2023/2024 (abril de 2023 a março de 2024), os preços do contrato outubro do açúcar demerara na Bolsa de Nova York seriam pressionados para uma faixa entre 21,00 centavos de dólar por libra-peso e 23,00 centavos de dólar por libra-peso. Para que esse cenário se concretize, o clima deve ficar mais seco do que o previsto atualmente. O vencimento outubro encerrou a última sessão cotado a 23,80 centavos de dólar por libra-peso. Até o momento, a estimativa de moagem é de 595 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produção de 37,6 milhões de toneladas de açúcar no Centro-Sul do País. Neste cenário, há um aperto entre a oferta e demanda global. Mas, caso a região consiga processar 610 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir 38,5 milhões de toneladas de açúcar, a disponibilidade internacional também aumentaria, principalmente no segundo semestre de 2023.

Até agora, os dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) mostraram que os rendimentos da cana-de-açúcar estão melhorando ano a ano. A consultoria reforça manter as previsões conservadoras tanto para o Brasil quanto em relação às safras do Hemisfério Norte, que foram prejudicadas pelo clima desfavorável. Por isso, mesmo na hipótese de o Centro-Sul conseguir processar 610 milhões de toneladas no ciclo 2023/2024, os preços do vencimento março do açúcar demerara na Bolsa de Nova York tenderiam a permanecer mais altos, já que fazem referência aos contratos do Hemisfério Norte e a disponibilidade da região permanece incerta. A HedgePoint estima produção de 31,4 milhões de toneladas de açúcar na temporada 2023/2024 (outubro de 2023 a setembro de 2024) pela Índia. Se o país conseguir chegar a produzir 33,5 milhões de toneladas, poderia exportar até 1,5 milhões de toneladas a mais do que a consultoria estima hoje.

Essa possibilidade, no entanto, leva em conta liberações de cotas de exportação pelo governo, que controla fortemente os estoques. Se o governo permitisse o aumento das cotas antes de fevereiro de 2024, a HedgePoint prevê que haveria um alívio no déficit de 993 mil toneladas no balanço global do primeiro trimestre de 2024 e um superávit de 1,2 milhão de toneladas no segundo trimestre de 2024. Os preços podem finalmente cair abaixo do nível de 20,00 centavos de dólar por libra-peso. Essa conjuntura, no entanto, ainda carrega muita incerteza. Qualquer um dos casos (mais oferta do Brasil ou da Índia) ou a combinação de ambos significaria que a tendência baixista está ganhando forças. Porém, os preços não devem chegar a cair para os níveis de 2019 (perto de 15,00 centavos de dólar por libra-peso). O consumo avança, o clima gera desafios à produção e os investimentos na cadeia sucroenergética estão cada vez mais altos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.