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03/Jul/2023

OMS: aspartame deve ser ligado a risco de câncer

O aspartame, um adoçante não calórico comum em refrigerantes como a Coca Zero e alimentos doces, deve ser declarado “possivelmente cancerígeno para humanos” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade vai emitir em julho novas recomendações sobre o consumo desse produto. Serão publicados dois documentos. Um deles é do Centro Internacional de Pesquisas sobre Câncer (IARC) e o outro é do Comitê de Especialistas em Aditivos Alimentares, que é comandado pela OMS juntamente da FAO, braço das Nações Unidas para assuntos de Alimentação e Agricultura. Nesse último, se revisarão as recomendações com base nos pareceres do IARC. As classificações do IARC têm diferentes gradações, entre elas o cancerígeno (Grupo 1), o possivelmente cancerígeno (Grupo 2A), o provavelmente cancerígeno (Grupo 2B), entre outros.

Desde 1981, os especialistas da OMS e da FAO vinham sinalizando que o consumo era seguro “dentro de determinados limites”. Os dois documentos são confidenciais até 14 de julho, quando devem ser divulgados no site da OMS e na revista The Lancet Oncology. A Reuters observou a importância das decisões do IARC, muitas vezes criticado por desencadear alarmes considerados por muitos “desnecessários” sobre substâncias ou situações difíceis de evitar. Decisão semelhante adotada em 2015 contra o glifosato, considerado provavelmente cancerígeno, resultou em perdas de milhões de dólares para o grupo Bayer, apesar da Autoridade Europeia para Alimentos (EFSA) não a ter referendado. Até hoje a empresa responde a processos de pessoas que alegam ter desenvolvido câncer por contato com o produto. Situação semelhante pode ocorrer agora, uma vez que o efeito, positivo ou negativo, de adoçantes é há muito discutido em todo o mundo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo, não encontrou até hoje base técnica para proibir a utilização desses produtos pela indústria alimentícia. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad) afirmou que corrobora a segurança para consumo do aspartame, um dos ingredientes mais pesquisados da história, com mais de 90 agências de segurança alimentar que comprovam seu uso seguro. Ainda de acordo com a entidade, no momento o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA-FAO-OMS) está finalizando uma ampla revisão sobre o tema. Por isso, é essencial aguardar a publicação dos relatórios finais. No mês passado, a mesma Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia publicado diretriz dizendo que adoçantes artificiais devem ser utilizados apenas por quem já tem diabete e em quantidades mínimas.

Com base em uma série de estudos sobre adoçantes artificiais, a OMS dizia que não havia nenhum indício de que a substituição do açúcar pelo adoçante colabore para o emagrecimento ou para evitar o desenvolvimento de diabete. Pelo contrário: o consumo excessivo de acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, stevia e seus derivados pode aumentar o risco de desenvolver diabete tipo 2 e doenças cardiovasculares, assim como ocorre com o consumo elevado de açúcar. Para substituir os adoçantes mais conhecidos no mercado, especialistas disseram que é preciso estimular na população uma reeducação alimentar, incentivando a substituição de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar ou adoçantes artificiais, por produtos mais naturais. Além de adoçar menos os alimentos e bebidas, seja com açúcar, seja com adoçante, uma vez que ambos são prejudiciais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.