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30/Jun/2023

Jalles Machado: perspectiva positiva em 2023/2024

Apesar dos desafios de mercado enfrentados pela Jalles Machado ao longo da safra de cana-de-açúcar 2022/2023, que reportou prejuízo líquido de R$ 56 milhões no quarto trimestre do ano fiscal, o banco Citi mantém perspectiva positiva para o preço dos papéis da empresa do setor sucroenergético e reiterou a estimativa de R$ 11,00 por ação, 36% acima do último fechamento (R$ 8,06). A avaliação considera que a Jalles cumpre as promessas feitas no IPO ao adquirir e consolidar as operações na usina Santa Vitória, em Minas Gerais, e que deve incrementar a produção com o cenário climático da safra 2023/2024, que sugere ser favorável ao cultivo. O clima pode se traduzir em maior produtividade para a empresa. O Citi reiterou o rating ‘compra’ para as ações da empresa.

A Jalles Machado reverteu o lucro líquido de R$ 113 milhões registrado no quarto trimestre do ano fiscal 2021/2022 em prejuízo e afirmou que o recuo foi causado por ajustes na marcação a mercado do preço do açúcar. Segundo o Citi, a receita líquida da Jalles reportada no quarto trimestre de 2022/2023 caiu 28,4% na comparação anual, atingindo R$ 269,5 milhões, em decorrência da estratégia de comercialização da empresa de antecipar a venda de etanol em virtude da expectativa de preços mais baixos no início deste ano. A empresa registrou receita bruta de cerca de R$ 296 milhões no período, queda anual de 33%, principalmente por causa das menores vendas de etanol (-36,5%) e de açúcar (-16,2%). O Citi ressaltou que, apesar dos resultados relatados, a companhia planeja adicionar 1 milhão de toneladas à capacidade de processamento nas unidades Jalles Machado e Otávio Lage, o que é visto como um sinal favorável ao mercado. O banco também destacou a construção de uma usina de açúcar em Santa Vitória.

A estratégia pode aumentar a flexibilidade do mix de produção da unidade, cujo direcionamento para o açúcar pode chegar a 52% até o fim da safra 2024/2025. O investimento da Jalles Machado na produção de açúcar na usina Santa Vitória (MG), que só fabricava etanol, permitirá ao grupo açucareiro atingir um mix para o adoçante de até 51%, ante 36% até então. Vai aumentar a flexibilidade da empresa de produzir açúcar ou etanol, e foi um investimento viável. A empresa passou a ter participação maior no mercado externo de açúcar, mitigando parte do risco do negócio. A Jalles Machado informou, há duas semanas, investimento na fábrica de açúcar VHP na usina Santa Vitória, estimado em R$ 170 milhões, com previsão para o início da operação na safra de 2024/2025. A fábrica terá capacidade de produzir 15 mil sacas de 50 Kg de açúcar (equivalente a 750 toneladas) por dia, totalizando 150 mil toneladas por safra.

A decisão da empresa de realizar o investimento se baseou na projeção futura dos preços de açúcar e no prêmio que o açúcar terá ante o etanol. Mudou completamente o retorno do investimento para a safra 2024/2025 e 2025/2026 e será possível conseguir um retorno interessante nas duas temporadas. No entanto, o retorno financeiro dos dois ciclos não será suficiente para pagar todo o investimento feito na unidade e deve ficar próximo de 50% do aporte. A taxa de retorno sobre o investimento em termos desalavancados e nominais está estimada em 20%, em um cenário de premissas conservadoras para a usina Santa Vitória. Para a projeção do percentual, os preços do etanol foram estimados com base na série histórica, mas podem ficar ainda acima desses patamares. Também não foi considerado o fato de que a empresa, em um futuro, estará preparada para crescer a unidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.