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29/Jun/2023

Carro elétrico: entrevista com Stella Li – da BYD

Prestes a confirmar a compra da antiga fábrica da Ford na Bahia, a montadora chinesa BYD quer trazer para o País um ecossistema voltado à eletrificação, e não apenas a produção de veículos híbridos e elétricos. A vice-presidente global da BYD, Stella Li, afirma que o valor a ser investido no mercado brasileiro vai depender de medidas a serem adotadas pelos governos locais para incentivar o consumo de modelos a bateria. Não é preciso dar subsídios ao produtor, mas ao consumidor, diz. Além da compra da antiga Ford, Stella Li está no Brasil para participação, nesta quarta-feira (28/06), do lançamento de um novo carro da marca, o Dolphin, por enquanto importado. O modelo é hatch médio que deve custar menos de R$ 200 mil. Segue a entrevista:

Por que a BYD decidiu produzir automóveis elétricos no Brasil?

Stella Li: A BYD atualmente é a maior fabricante global de carros verdes. Foi a primeira empresa automobilística a interromper, em março de 2022, a produção de veículos a combustão, e passamos a produzir apenas elétricos e híbridos plug-in. Não há chances de o carro a combustão continuar. Nós amamos o Brasil. É um país amigo do meio ambiente e tem uma grande indústria automotiva. Somos um provedor de soluções tecnológicas para o meio ambiente e queremos trazer todo um ecossistema para o mercado brasileiro.

O que é preciso fazer para ampliar mais rapidamente o mercado local de elétricos?

Stella Li: Acho que o governo realmente tem de dar incentivos de forma agressiva para apoiar e fazer esse mercado crescer. Todos os países estão se movendo para atingir participação de 10%, 12%, 20% de elétricos nas vendas totais. Portanto, esperamos que o governo brasileiro possa implementar algumas políticas fortes para impulsionar a indústria, pois, assim, o mercado passaria rapidamente para 20%, 30% de eletrificação.

Que tipo de incentivo seria necessário?

Stella Li: Esperamos que o novo governo realmente se esforce para criar um plano de incentivo muito forte para subsidiar carros elétricos e torná-los mais acessíveis a todos. Não é preciso dar subsídios ao produtor, mas ao consumidor. Outros países também oferecem taxas de juros especiais para isso. É algo que o governo pode apoiar, em vez de dar dinheiro para subsidiar a gasolina.

Sem subsídios, o mercado não cresce?

Stella Li: Se não houver subsídio para carros elétricos, a taxa de adoção dessa tecnologia será lenta e isso deixará o Brasil muito atrás de outros países. A China, por exemplo, deu muito incentivo ao consumidor no início das vendas de elétricos. As vendas aumentaram e os incentivos começaram a diminuir. O governo também deu muitos incentivos para construir a infraestrutura e até instalou carregadores nas casas dos consumidores gratuitamente. Caso isso aconteça, empresas como a BYD e outras empresas, incluindo autopeças, terão interesse em investir aqui e trarão mais tecnologia.

Fonte: Broadcast Agro.