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20/Jun/2023

Etanol: preço sustentado com postura firme de usinas

Os preços mais competitivos da gasolina C nas bombas frente ao do etanol hidratado têm levado usinas a buscarem elevar a liquidez do biocombustível. Nos últimos anos-safra, medidas governamentais, incluindo mudanças tributárias, e os efeitos da pandemia de Covid-19 foram os principais fatores de queda do consumo nacional de hidratado. Se nos tempos áureos do lançamento dos veículos flex fuel, em 2003, o protagonista era o etanol hidratado, desde o fim da pandemia, esse cenário mudou bastante. Há exatos 20 anos, o lançamento do primeiro veículo nacional movido a biocombustível teve o propósito de trazer novas alternativas econômicas para o consumidor brasileiro, além de também contribuir para a sustentabilidade ambiental.

No entanto, nos tempos atuais, proprietários de veículos flex vêm optando pelo combustível fóssil, devido aos preços relativos que privilegiam a gasolina. Resultado disso é o foco de usinas na produção de açúcar em detrimento do etanol, já que, por mais uma temporada, o açúcar segue mais vantajoso em termos de preços frente aos biocombustíveis, podendo ser o ator principal da temporada 2023/2024. Ressalta-se também que as cotações externas atrativas do açúcar reforçam o suporte aos preços do açúcar, à medida que estimulam as exportações do alimento.

Assim, os negócios envolvendo etanol hidratado no mercado spot têm sido pontuais na maior parte das últimas semanas. Abastecidas também com o produto vindo de fora do estado de São Paulo (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), as distribuidoras vêm comprando somente em alguns períodos do mês. Nem mesmo alguns feriados prolongados, como o último de Corpus Christi, têm estimulado grandes aquisições. O Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado está cotado a R$ 2,5455 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), pequena alta de 0,58% frente ao do período anterior.

No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ está cotado a R$ 2,9930 por litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins), praticamente sem variação (-0,02%) nos últimos sete dias. A postura firme de preços de algumas usinas e as ocorrências de chuvas em algumas regiões do estado de São Paulo, do Paraná e de Mato Grosso do Sul, que chegaram a atrapalhar a produção, dão sustentação aos preços, apesar de outras unidades produtoras terem cedido nas negociações, visando atender a despesas típicas deste período do mês.

Em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, nos últimos sete dias, o valor do anidro está 12,6% maior que o do hidratado em São Paulo. No caso do açúcar, o preço está 51,6% superior ao do anidro e 70,8% maior que o do hidratado. Nas bombas de combustíveis, a relação entre os preços do etanol hidratado e os da gasolina C nas bombas de São Paulo se mantém estável nos últimos sete dias, ficando em 68,8%. As médias semanais são de R$ 5,28 por litro para a gasolina e de R$ 3,63 por litro para o etanol, quedas de 0,56% e de 0,82%, nessa ordem. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.