06/Jun/2023

O Itaú BBA considera que, nos próximos meses, será importante acompanhar o desenvolvimento da colheita de cana-de-açúcar da safra 2023/2024 do Centro-Sul do Brasil (de abril de 2023 a março de 2024), especialmente com a chegada do fenômeno climático El Niño, mas descarta a possibilidade de perdas de safra em decorrência do clima. Eventuais chuvas nas regiões produtoras podem atrasar a colheita e a produção de açúcar, porém, por enquanto, não se esperam grandes impactos na safra. Há 82% de probabilidade de o El Niño se iniciar entre os meses de maio e julho.

Segundo o último relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o fenômeno climático pode diminuir os dias úteis para a colheita durante a safra brasileira. Na Índia, El Niño tende a provocar atraso nas chuvas do período de monções, mas o volume de precipitações seguirá dentro da normalidade. De acordo com o Departamento de Meteorologia da Índia (IMD) é esperado que a distribuição da precipitação pelo país ocorra dentro do habitual, o que não prejudicaria o desenvolvimento da cana-de-açúcar. Diante dessas perspectivas, a estimativa é de superávit global de 4 milhões de toneladas no ciclo mundial de 2023/2024 (de outubro de 2023 a setembro de 2024).

Dado que os preços atuais do açúcar na Bolsa de Nova York estão acima do custo de produção dos principais países, a expectativa é de que haja aumento da produção de açúcar. A previsão é de recuperação da produtividade na Índia e na Tailândia e aumento de 2% a 3% na área plantada de beterraba açucareira na Europa. No entanto, é preciso avaliar ainda os efeitos das monções nos países asiáticos e como será o plantio na Europa, após um início tardio em decorrência do clima e da proibição de uso de inseticidas neonicotinóides. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.