06/Jun/2023

Em maio, o volume de etanol anidro negociado no mercado spot do estado de São Paulo foi o maior desde setembro de 2021. Inclusive, as saídas desse biocombustível se equipararam às registradas para o hidratado na primeira metade de maio, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Vale lembrar que, historicamente, o volume de hidratado supera o de anidro. A proximidade da mudança tributária no regime monofásico, iniciada no último dia 1º de junho, resultou na aceleração dos negócios de anidro para consumo interno no estado de São Paulo e de outros Estados. Assim, distribuidoras participaram de maneira mais ativa, adquirindo maiores volumes tanto em São Paulo quanto em outros Estados do Centro-Sul.

A vantagem comparativa de preços da gasolina C frente ao etanol hidratado nas bombas das principais cidades consumidoras de combustíveis também contribui para o aumento da demanda pelo anidro no elo produtor. Em São Paulo, em média, a relação entre a gasolina e o etanol hidratado ficou em 73,3% em maio, contra 71,8% em semanas equivalentes de 2022, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). No caso do etanol hidratado, o volume vendido pelas usinas em maio chegou a crescer 35% em maio frente ao volume de abril, mas, ainda assim, ficou 18% abaixo do comercializado em igual período de 2022. O período sem chuva mais prolongado favoreceu as atividades de colheita no campo e de moagem da cana-de-açúcar nas unidades fabris.

Quanto aos preços, considerando-se as semanas cheias de maio, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 2,5930 por litro, queda de 11,7% na comparação com a do mês anterior. No caso do anidro, no mesmo comparativo e considerando-se somente o mercado spot (Indicador CEPEA/ESALQ), a redução foi de 9,07%, com a média de maio a R$ 3,0246 por litro. Nos últimos sete dias, especificamente, os valores dos etanóis hidratado e anidro registram avanço, em função da baixa oferta de etanol em algumas regiões de São Paulo. A vigência da nova sistemática de preços e as ocorrências de chuvas em algumas importantes regiões produtoras dão suporte às cotações. As distribuidoras atuam de maneira mais discreta no período. O Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado, em São Paulo, está cotado a R$ 2,5710 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 1,69% nos últimos sete dias.

No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ está cotado a R$ 2,9644 por litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins), avanço de 1,51%, no mesmo comparativo. Em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, nos últimos sete dias, o valor do anidro está 10,4% acima do hidratado em São Paulo. O preço do açúcar é 56,3% superior ao do anidro e 72,7% maior que o do hidratado. Na ponta varejista, a relação de preços do etanol hidratado e da gasolina C nas bombas de São Paulo registra recuo, ficando em 71,6% nos últimos sete dias. As médias são de R$ 5,07 por litro para a gasolina e de R$ 3,63 por litro para o etanol, quedas de 1,17% e de 2,42%, nessa ordem. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.