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26/Mai/2023

Cana: impactos distintos do El Niño na safra global

A consultoria StoneX prevê que uma eventual ocorrência do fenômeno climático El Niño teria efeitos mistos sobre a produção de cana-de-açúcar brasileira. Mesmo com as previsões de atraso no desenvolvimento da cana e da moagem, grande parte da produção brasileira se posiciona em uma área de transição para o El Niño e acredita que as características do setor sucroenergético nacional podem suavizar os efeitos do fenômeno. Seria necessário um volume muito grande de chuvas durante a temporada mais seca do ano (em virtude de um El Niño muito intenso) para prejudicar significativamente o processamento de açúcar. O Centro-Sul do País (responsável por 90% da produção) colhe a maior parte da cana-de-açúcar entre abril e outubro, enquanto a Região Nordeste realiza a colheita entre outubro e março. Diante desta característica, o El Niño pode interferir de forma distinta com as duas safras.

No Centro-Sul do Brasil, o fenômeno climático pode dificultar a colheita da cana-de-açúcar e reduzir a capacidade de processamento total da safra e a concentração de açúcares totais recuperáveis (ATR). Na Região Nordeste do Brasil, a maior probabilidade de seca durante a entressafra pode prejudicar o desenvolvimento da cana-de-açúcar. Durante a safra global 2022/23 (que vai de outubro de 2022 a setembro de 2023), o Brasil deverá representar 21,6% da produção mundial de açúcar. No que se refere ao açúcar no mundo, a ocorrência do El Niño na Índia tende a ter efeitos diferentes. O país asiático é o segundo maior produtor da commodity e o maior consumidor. O El Niño pode diminuir o volume de chuvas durante as Monções (período de desenvolvimento da cana, entre junho e setembro) e reduzir a produtividade dos canaviais.

Os efeitos, entretanto, não são certos, uma vez que muitas regiões conseguem manter produtividade elevada mesmo com monções fracas e/ou irregulares. Na Tailândia, terceiro maior produtor e exportador de açúcar global, as consequências são semelhantes às da Índia. Entretanto, naquele país, os efeitos sobre a safra podem não ser tão significativos. Isso porque, caso o efeito da seca não seja demasiadamente intenso, o país é capaz de manter um nível elevado de moagem. Na China, que ocupa o posto de quarto maior produtor mundial de açúcar, a diminuição das chuvas na entressafra pode levar à queda na produtividade dos canaviais, que já vêm sofrendo nos últimos anos com baixa absorção tecnológica e maiores custos com renovação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.