18/Mai/2023

Segundo a Paragon Global Markets, as mudanças na política de combustíveis da Petrobras poderão afastar as usinas e os investidores de etanol do Brasil. As usinas vão tentar produzir mais açúcar e a produção de etanol vai cair, deixando o mercado brasileiro de combustíveis ainda mais apertado e dependente de importações. A Petrobras divulgou mudanças na estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina, em substituição à política de paridade de importação (PPI). Ao se desvincular da paridade internacional, a Petrobras sinaliza que o Brasil produz petróleo, gasolina e diesel suficientes para poder se desconectar do resto do mundo.

Se o Brasil acha que pode se isolar do mundo do petróleo/combustíveis, precisa aumentar a capacidade de refino da indústria nacional, porque importa 12% de sua demanda de gasolina e 20% de diesel. A desvalorização dos preços dos combustíveis fósseis, em consequência, reduz a competitividade dos biocombustíveis, como o etanol. Ao baixar os preços da gasolina e do diesel, a Petrobras desvaloriza o mercado em que estão inseridos os combustíveis sustentáveis brasileiros.

A ideia de combater a inflação é aumentar o investimento, não baixar os preços artificialmente e restringir o investimento. As usinas já estão olhando para o máximo de produção possível de açúcar e, apesar da recente desvalorização, os futuros do açúcar na Bolsa de Nova York operam dentro de um intervalo estabelecido e não é preciso muito para que os contratos voltem a se recuperar. O açúcar alcançou patamares recordes este ano impulsionado por sinais de oferta mais limitada do curto prazo, especialmente após a quebra da produção na Índia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.