18/Mai/2023
O ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirmou que a nova política de preços dos combustíveis anunciada pela empresa deverá gerar prejuízo e ter impacto negativo na produção de etanol, cujo preço é vinculado ao da gasolina, além de levar a uma redução dos dividendos pagos à União e aos acionistas privados e criar um ambiente de negócios ruim no setor. Segundo Castello Branco, a nova política é “vaga”, porque ao mesmo tempo que deixa uma margem para a manutenção da paridade com os preços de importação (PPI), para se defender das contestações do mercado, abre espaço para fixar os preços nas refinarias abaixo dos valores praticados no mercado externo, que é o que deve acontecer.
Quando a Petrobras fala que pode fixar os preços de acordo com o ‘custo marginal’, ela está dizendo que pode fazer isso pela paridade internacional. Mas, quando diz que também pode fixá-los com base no ‘custo alternativo do cliente’, está deixando a porta aberta para praticar preços abaixo dos praticados no exterior. Se a Petrobras quiser se comportar conforme a paridade, ela poderá, mas provavelmente não vai fazer isso, dado que existe uma forte oposição política do governo. A nova política de preços da Petrobras poderá reduzir as importações de combustíveis feitas pela iniciativa privada, levando a empresa a realizar ela mesma a compra no mercado internacional, para evitar o desabastecimento interno, já que o País não é autossuficiente em gasolina e diesel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.