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17/Mai/2023

Petrobras: reações do mercado à política de preços

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a nova estratégia de preços da Petrobras ainda não está clara, mas que o que ficou de concreto para o mercado é que a transparência acabou. Há dúvidas sobre como ponderar a melhor alternativa do cliente na formação de preço, a margem por refinaria, o preço do produto alternativo. Os importadores perderam a referência que a política de paridade de importação (PPI) trazia para o mercado. Mas, o anúncio da empresa foi considerado vago e é preciso aguardar mais detalhes. A Abicom vai continuar publicando a defasagem dos preços internos em relação ao mercado internacional. Nesta terça-feira (16/05), o preço da gasolina no fechamento de segunda-feira (15/05), antes do reajuste da Petrobras, estava 15% mais caro nas refinarias da Petrobras do que no mercado internacional, enquanto o diesel registra preço 9% maior nessa mesma comparação.

O Citi avalia que existem alguns riscos importantes que a Petrobras precisa esclarecer sobre a nova política de preços. A nova estratégia usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras. O Brasil é um importador líquido, principalmente de diesel, e a paridade de importação internacional é muito importante para manter os produtos importados fluindo para o País, eliminando problemas de escassez de combustível. Caso a estatal estabeleça um preço abaixo da paridade internacional, haverá dois resultados potenciais: a empresa importará toda a demanda de importação de combustível no Brasil; ou o Brasil enfrentará escassez de combustível. Outra discussão importante é quanto ao valor marginal da Petrobras. Nesse ponto reside o maior risco e definirá a faixa inferior para a política de preços de combustíveis da empresa.

O valor marginal vai depender do custo da empresa, mas não está claro qual é esse custo e o que está incluso nele, como: preço do petróleo; custo de refino; margens de refino; retorno sobre o capital investido. O custo alternativo do cliente, na visão do Citi, está mais próximo do preço internacional, mas levando em consideração o fornecedor marginal de cada região. Isso abre espaço para alterar o preço da molécula e utilizar, por exemplo, diferentes fontes de importação do produto, como o diesel da Índia e da Rússia. O Citi vê as mudanças como negativas para os acionistas minoritários da Petrobras. A recomendação de compra, no entanto, foi mantida, com preço-alvo de US$ 19,00 para o American Depositary Receipt (ADR), o que representa um potencial de valorização de 62,5% ante o fechamento de segunda-feira (15/05). Para a Somus Capital, a nova estratégia de preços para os combustíveis vai reduzir o lucro da estatal e não terá impacto relevante para o consumidor na ponta final (postos de abastecimento).

Apesar da alta da ação da Petrobras na B3 após o anúncio, nesta terça-feira (16/05), a tendência é de que o papel vá perdendo fôlego, à medida que as mudanças sejam melhor compreendidas. O sinal de influência política na companhia ficou mais evidente, o que aumenta o mau humor do mercado com a ação da empresa. A expectativa era de queda da ação, mas está subindo, com a influência do capital estrangeiro entrando, mas a recepção foi ruim para a nova política de preços, o lucro vai cair junto com a receita. Uma política que não segue a paridade, não tem como ser positiva. A alta das ações também pode ser explicada pela falta de clareza do comunicado, o que pode ter adiado um pouco o impacto negativo. À medida que tiver mais detalhes, a Petrobras deve sofrer um pouco. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.