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17/Mai/2023

Petrobras: nova política vai reduzir a transparência

Após meses de espera, a Petrobras anunciou nesta terça-feira (16/05) a nova estratégia comercial para combustíveis, promessa de campanha do presidente Lula de “abrasileirar” os preços praticados pela estatal. Num primeiro momento, as mudanças não alteram radicalmente o que vem sendo feito: na verdade, o teste acontecerá quando o preço do petróleo subir. Para parte do mercado, porém, a principal novidade da nova política é que a transparência e a previsibilidade foram abandonadas. Em comunicado ao mercado sem grandes elementos para análise, a estatal informou que abandonou o preço de paridade de importação (PPI) para a gasolina e o diesel, implantado pela Petrobras em 2016, que levava em conta o preço do petróleo no mercado internacional, o câmbio e o custo da importação. Vai adotar como parâmetro, a partir de agora, o custo alternativo do cliente e o valor marginal à própria estatal. Ou seja, a Petrobras vai olhar mais para dentro do que para fora, o que reduz a transparência dos reajustes nas refinarias da empresa.

Segundo a Ativa Investimentos, quando a Petrobras fala que vai levar em consideração o próprio custo, está dizendo que não vai levar em conta o preço internacional, ou seja, o preço passou a ter parâmetro apenas nacional, e isso é negativo. Não houve nenhuma mudança brusca, como um anúncio de subsídio ou represamento de preços, como ocorreu em 2015, o que está fazendo as ações da companhia subirem expressivamente na bolsa de valores. Mas, é preciso dar um tempo para ver como será, na prática, quando o preço do Brent tiver mudanças mais bruscas. O teste da nova política vai ser quando o Brent alcançar US$ 100,00 por barril. Na avaliação do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), a nova estratégia acaba com a previsibilidade dos reajustes de preços, e ainda fica a dúvida de como a Petrobras vai operacionalizar as mudanças. Com o PPI, havia previsibilidade sobre a tendência do que acontecia. Essa previsibilidade acabou.

Haverá impacto principalmente para os importadores, que antes conseguiam enxergar com antecedência possíveis reajustes baseados no comportamento do petróleo no mercado internacional. Junto à estratégia, a Petrobras anunciou a queda do preço de combustíveis, com a alegação de já ser resultado dessa nova visão. Porém, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que leva em conta o PPI, a gasolina estava 15% mais cara no mercado interno desde meados de abril e poderia ter queda de R$ 0,42 por litro; o diesel era negociado 9% acima do preço internacional, com margem para redução de R$ 0,28 por litro. O gás de cozinha, segundo o Cbie, estava 63% mais caro, com janela para uma queda de R$ 1,25. De acordo com o comunicado da estatal, a nova estratégia permite a Petrobras competir de forma mais eficiente, levando em consideração a sua participação no mercado, para otimização dos seus ativos de refino, e a rentabilidade de maneira sustentável. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.