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17/Mai/2023

Petrobras tem nova política de definição de preços

A Petrobras informou, nesta terça-feira (16/05), que a Diretoria Executiva aprovou a estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina da estatal, em substituição à política de preço de gasolina e diesel comercializados por suas refinarias. A nova estratégia usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal explica que o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos, já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino. Segundo a Petrobras, os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.

Além disso, as decisões relativas à estratégia comercial continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo presidente da companhia, o diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores. A estratégia comercial está alinhada com a Diretriz de Formação de Preços no Mercado Interno aprovada pelo Conselho de Administração em 27 de julho de 2022 e tem como premissa preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clientes. Essa estratégia permite a Petrobras competir de forma mais eficiente, levando em consideração a sua participação no mercado, para otimização dos seus ativos de refino, e a rentabilidade de maneira sustentável, afirma a estatal, acrescentando que passará a ter mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.

O fato relevante ainda afirma que a precificação competitiva mantém um patamar de preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento Estratégico, sob a premissa de manutenção da sustentabilidade financeira da companhia. A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado. O fim da política de paridade com a importação (PPI) foi comemorado pela Federação Nacional dos Petroleiros (FUP), que desde outubro de 2016 crítica o impacto do PPI nos preços internos. Em quase sete anos de vigência do PPI, o gás de cozinha aumentou 223,8% nas refinarias, custando R$ 108,00 por botijão, em média, no Brasil, para o consumidor. No mesmo período, a gasolina variou 112,7%, e o diesel, 121,5%, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese). O governo “abrasileirou” o preço dos combustíveis, conforme promessa de campanha. Com a nova política, o Brasil terá gás de cozinha, gasolina e diesel mais baratos, pois os custos nacionais de produção, em Reais, entrarão na composição dos preços.

Com a nova política, o brasileiro deixa de pagar pelos combustíveis como se fossem importados. A Petrobras passou a não considerar apenas a cotação do petróleo no mercado internacional e do dólar, e nem os custos de importação. O Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, a Petrobras tem grande parque de refino e utiliza majoritariamente petróleo nacional que ela mesma produz. Assim, com a nova política, reduz-se também a volatilidade de preços ao consumidor. A FUP e seus sindicatos lutam desde 2016 para derrubar o PPI, que promoveu no mercado interno repasses automáticos de aumentos de preços internacionais do petróleo, variação cambial e de custos de importação. Uma política que garantiu mega lucros à Petrobras e dividendos recordes a acionistas, em detrimento de investimentos. A expectativa do anúncio do fim do PPI vem punindo as ações da empresa desde a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições do ano passado.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que, com a mudança na estratégia comercial da Petrobras, não haverá mais volatilidade nos preços dos combustíveis como acontecia com a aplicação da metodologia anterior, a paridade com o mercado internacional (PPI). O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá cobrar das empresas que cumpram também sua função social e que defende que as empresas públicas sejam indutoras do crescimento nacional. A mudança ocorre após uma série de duras críticas de Alexandre Silveira à metodologia até então adotada pela empresa. O governo defendia que a empresa tivesse uma política de competitividade interna e uma referência no preço interno dos combustíveis. O ministro ressaltou que a Petrobras é uma empresa autônoma e toma suas próprias decisões, mas destacou que o governo já defendia que houvesse uma mudança na política de preços. A empresa não deixará de ser atrativa para investidores. Será uma empresa perene, que não será só vendedora de óleo cru, que terá estratégia de investimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.