ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Mai/2023

Raízen: perspectivas positivas para safra 2023/2024

A perspectiva da Raízen de processar 80 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/2024 (que começou em abril e se encerra em março de 2024) segue um caminho promissor em termos de produtividade, mas é ameaçada pela possibilidade de ocorrência do fenômeno climático El Niño no próximo semestre. O aumento das chuvas no Centro-Sul do País no fim do ciclo de produção da poderá atrasar a moagem. O principal desafio este ano é colher tudo, por causa da incidência do El Niño. Enquanto a produtividade decepcionava e o clima mais seco reduzia a disponibilidade de cana-de-açúcar nas últimas temporadas, agora o desafio é outro. O primeiro sinal está sendo muito bom da safra com altos níveis de confiança em termos de volume.

O avanço dos volumes de açúcar fabricados, no entanto, dependerá da incidência do fenômeno El Niño no segundo semestre, que costuma ampliar o regime de chuvas e impedir os trabalhos no campo. Além do açúcar, a mudança no clima também tende a afetar a produção de biocombustíveis. Se o El Niño ocorrer, também vai ser mais difícil produzir etanol no fim da safra. No que se refere a preços, há otimismo. O preço do açúcar já atingiu patamares 20% superiores aos registrados na safra 2022/2023 e a companhia já fixou (fez hedge) aproximadamente 85% das vendas referentes à produção da temporada 2023/2024 e mais de 30% do ciclo 2024/2025. Há ainda 15% para 'hedgear' (na safra 2023/2024) e isso será feito em um patamar ainda melhor do que já foi 'hedgeado'.

A expectativa é ver preços ainda mais altos na Bolsa de Nova York no decorrer dos próximos anos. Para 2026/2027, os preços podem ficar acima de 25,00 centavos de dólar por libra-peso. Mesmo que os preços caiam com relação aos patamares atuais, para a Raízen, qualquer patamar acima de 20,00 centavos de dólar por libra-peso é um ótimo retorno. Em termos de custo, a expectativa é de diluição dos aportes e menor pressão inflacionária. No que se refere ao mercado externo, embora ainda seja incerto o cenário europeu com a guerra na Ucrânia, hoje o mercado está mais estável. No Brasil, há redução da volatilidade após a passagem do período eleitoral e observa-se desaceleração dos custos. Há riscos na Argentina e os riscos do El Niño, mas a empresa está cada vez mais confiante, sobretudo do lado da produtividade.

A Raízen segue atenta às notícias sobre a política de preços da Petrobras e deve se balizar pelas decisões da estatal para definir seu ritmo de importações de combustíveis. A Petrobras está claramente mostrando algumas mudanças nos preços. A empresa sempre avalia a oportunidade de importar de fontes diferentes. Sem detalhar os planos da companhia diante da política de preços da Petrobras, a Raízen deve seguir ofertando os combustíveis aos clientes a níveis competitivos, seguindo todas as regras do mercado e fazendo isso de maneira disciplinada. Os preços do etanol seguirão direcionados pelas variações do preço da gasolina. Apesar disso, a retomada integral da cobrança de PIS e Cofins sobre os combustíveis fósseis, que deve ocorrer após o dia 30 de junho, não alterará o patamar de preço do biocombustível. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.