15/Mai/2023
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a companhia vai reavaliar o preço de alguns combustíveis nesta semana. A companhia vai divulgar informações sobre a sua nova estratégia de preços nos próximos dias. O critério dos preços vai ser de estabilidade versus volatilidade. Não é preciso voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste, como em 2006 e 2007, mas também não é preciso voltar à maratona de 118 reajustes no ano em um único combustível somente em 2017, o que levou a greve dos caminhoneiros. A Petrobras vai continuar a seguir a referência internacional dos preços do petróleo e derivados e a competitividade interna dos mercados regionais. E, sempre que a companhia puder aguardar para responder a uma instabilidade ocasional no mercado internacional, vai fazê-lo em benefício da estabilidade para o cliente. Ele não descartou a possibilidade de haver reajuste.
Outro critério a nortear a nova política de preços será a relação atratividade x abdicação de vantagens. Neste ponto, a prática do chamado preço de paridade de importação (PPI) levava a uma "abdicação absoluta" das vantagens nacionais, de ter uma refinaria ao lado do consumidor, do cliente principal, de ter estrutura de escoamento e transporte próprias, de ter fonte de petróleo e capacidade de refino nacionais. Além disso, a Petrobras negocia uma revisão do acordo para desinvestimentos fechado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em gestões passadas da empresa. O referido acordo entre a empresa e a autarquia partiu de pressupostos que devem ser revisitados e que mudaram sob o novo governo e, por isso, deve ser rediscutido.
A Petrobras teve posição voluntária no acordo, não tendo sido acusada ou sequer ouvida para defesa. A Petrobras tem uma nova gestão e o direito de colocar os termos do acordo em perspectiva, dizer que não concorda com esse ato voluntário e que deseja rediscutir o acordo com base em novos pressupostos. A diretoria da Petrobras atua com absoluto respeito em relação ao Cade, com vontade de chegar a um consenso. O acordo não será descumprido, mas haverá diálogo para rever e reeditar esse acordo. O discurso vem em linha com o que Prates tem dito desde o início do mandato, sobre uma saída consensuada e não litigiosa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.