25/Abr/2023

A continuidade das chuvas nas principais regiões produtoras do Centro-Sul do País segue dando sustentação aos preços dos biocombustíveis. Com as precipitações, boa parte das usinas que já iniciou a temporada 2023/2024 mostra dificuldades na retirada da matéria-prima do campo e, consequentemente, na produção dos etanóis. Os carregamentos decorrentes de vendas fechadas anteriormente seguem lentos. Além disso, o aquecimento dos negócios envolvendo o hidratado e o anidro no estado de São Paulo também dá suporte às cotações, diante da maior participação de distribuidoras de diferentes portes no spot. Alguns compradores, no entanto, focam na retirada de produto adquirido anteriormente em algumas poucas usinas que voltaram a moer nos últimos dias.

Do meio para o encerramento da semana passada, o ritmo de negócios foi diminuindo, devido à proximidade do feriado na sexta-feira (21/04), e à saída de compradores do mercado. O Indicador CEPEA/ESALQ semanal do etanol hidratado, segmento produtor do estado de São Paulo, está cotado a R$ 3,0917 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 6,78% nos últimos sete dias. Trata-se do maior valor nominal desde a semana encerrada em 27 de maio de 2022, quando o Indicador atingiu os R$ 3,2486 por litro. Para o etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ semanal está cotado a R$ 3,4742 por litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins), elevação de 6,28% ao período anterior. Este Indicador é o maior nominal desde a semana encerrada em 22 de julho de 2022, quando fechou a R$ 3,5198 por litro.

Para as próximas semanas, previsões meteorológicas indicam tempo firme, o que pode alterar o volume ofertado de etanol no spot. Esse cenário, inclusive, deixou algumas distribuidoras ausentes do spot. Aqui ressalta-se que a possibilidade de atuação do fenômeno climático El Niño ao longo da safra 2023/2024 pode influenciar a produção. Por enquanto, a pouca luminosidade nos canaviais vem resultando em baixa qualidade da cana-de-açúcar (Açúcar Total Recuperado, o ATR). Em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, nos últimos sete dias, o valor do anidro está 7,6% maior que o do hidratado em São Paulo. O preço do açúcar é 26,7% superior ao do anidro e 36,4% maior que o do hidratado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.