29/Mar/2023
Segundo o Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Renewable Fuels Association, entidade que representa a indústria de etanol norte-americana, manifestou o interesse de afinar especificações internacionais do etanol com o Brasil. A ANP foi provocada em conversas com a Renewable Fuels Association para uma harmonização das especificações internacionais do etanol para facilitar a comercialização do produto no mercado internacional. A sinalização dos Estados Unidos mostra uma necessidade por parte do mercado norte-americano, mas ainda não foi avaliada a possibilidade de o Brasil realizar essa adequação.
Ainda é preciso dialogar com o mercado para verificar se há viabilidade de fazer e quais seriam as condições para fazer essa harmonização brasileira e norte-americana. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) afirmou que o etanol anidro brasileiro tem um teor de água menor do que o etanol norte-americano e esse seria um dos pontos de adequação. Sob o ponto de vista técnico, não teria problema nenhum. Todas as usinas que produzem etanol anidro na especificação brasileira teriam condições de produzir etanol anidro na especificação norte-americana. A principal discussão passaria pela receptividade da indústria automobilística a esse alinhamento com as práticas norte-americanas e a avaliação de se essas mudanças gerariam efeitos secundários no desempenho dos veículos.
É preciso ouvir o setor automotivo. Além do alinhamento com os Estados Unidos, há também discussões envolvendo grupos de trabalho da ANP sobre a criação de um etanol único, intermediário entre o etanol anidro, destinado à mistura à gasolina, e o hidratado, que abastece diretamente os carros nos postos. A Unica afirmou que este tema gera preocupação. Há dois tipos de etanol, com duas alíquotas diferentes, e seria preciso endereçar toda questão tributária nos Estados e na federação. Do ponto de vista técnico da produção, também há dificuldades práticas. Essa é uma discussão mais ampla, que demanda uma análise de impacto regulatório mais sofisticada e detalhada, é mais complexa do que uma harmonização do etanol anidro com os Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.