21/Mar/2023
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o efeito da volta dos impostos federais sobre gasolina no preço final do insumo já foi totalmente repassado ao consumidor. O preço médio do combustível nas bombas de todo o País está próximo à estabilidade, e apresenta queda de 0,5% para R$ 5,54 por litro. Na semana passada, o preço da gasolina nos postos chegou a R$ 5,57 por litro, o que representou uma alta acumulada de 9,6% nas duas semanas após a volta dos tributos. Ao fim das contas, o combustível saltou pouco menos de R$ 0,50 por litro, estabilizando na casa dos R$ 5,50 por litro na média nacional. Em ocasiões marcadas por grande variação de preço em curto período de tempo, são comuns ajustes nos preços praticados pelos lojistas na ponta da cadeia, a fim de se adequarem à lógica concorrencial. A leve queda desta semana pode estar ligada, portanto, a esta acomodação de preços nos próprios postos de abastecimento.
Isso é reforçado pelo fato de não ter havido mudança notável nos preços praticados em refinarias, sobretudo da Petrobras. O preço do etanol anidro, outro fator que poderia pressionar o preço final da gasolina por compor 27% de sua mistura, também registrou queda acumulada de 2% nas usinas paulistas nas duas últimas semanas. Os tributos federais PIS/Cofins voltaram a incidir nos preços de refinaria em 1º de março e foram repassados ao consumidor final, nas bombas, ao longo das últimas semanas, com um pico na semana passada. A alta veio apesar da redução anunciada pela Petrobras para a gasolina no mesmo dia, de 3,9% ou R$ 0,13 por litro em suas refinarias. Para o consumidor, a fatura da reoneração da gasolina segue mais alta que a prevista pelo governo federal. O saldo calculado pelo Ministério da Fazenda era alta próxima a R$ 0,34 por litro no preço de refinarias, produto da volta dos impostos menos o desconto da Petrobras. Nas bombas, para o consumidor, o efeito deveria ser menor, porque a gasolina A vendida nas refinarias compõe apenas 73% da mistura da gasolina C, aquela usada nos carros, o restante é etanol anidro.
A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) chegou a estimar um carregamento para as bombas de R$ 0,25 por litro vendido nos postos, bem menor, portanto, do que se verifica hoje (R$ 0,46 por litro). Na estimativa da Abicom, o preço final da gasolina saltaria, na média nacional, para a casa de R$ 5,33 por litro, contra os R$ 5,54 por litro verificados pela ANP. O diesel S-10 viu o preço médio cair 0,5% nos postos de todo o País entre os dias 12 e 18 de março. O combustível está livre da reoneração até 1º de janeiro de 2024, por decisão do governo. O insumo custa, em média, R$ 5,97 por litro, ante os R$ 6,00 por litro registrados nos sete dias anteriores. A nova queda do preço do diesel S-10 ao consumidor pode ser um rescaldo da redução de 1,95%, ou R$ 0,08 por litro, no preço praticado em refinarias da Petrobras a partir de 1º de março. Embora pequeno, esse desconto da Petrobras se junta com o anterior, de 8,9%, ou R$ 0,40 por litro, válido desde 8 de fevereiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.