09/Mar/2023
Traders do mercado sucroenergético esperam que os preços futuros do açúcar demerara na Bolsa de Nova York continuem próximos dos níveis atuais de negociação durante o segundo semestre deste ano, apesar das perspectivas otimistas para a oferta brasileira de açúcar. Segundo a Louis Dreyfus Company (LDC), os preços podem continuar firmes, em até 21,00 centavos de dólar por libra-peso, no curto ou médio prazo. Hoje, a curva está muito favorável ao açúcar. A Raízen estima moagem de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar pelo Brasil no ciclo 2023/2024, ante 550 milhões de toneladas em 2022/2023, graças a uma recuperação de 10% da produtividade.
A fabricação de açúcar no ciclo deve ficar em torno de 37,3 milhões de toneladas, com mix açucareiro de 47% ante 33,7 milhões de toneladas produzidas de açúcar em 2022/2023 e mix 45,8% açucareiro. A exportação de açúcar no ciclo deverá ser de 26,9 milhões de toneladas, 1,4 milhão de toneladas a mais do que em 2022/2023. Para o etanol, a estimativa é produzir 31,6 bilhões de metros cúbicos (+10,7% ante 2022/23), dos quais 25,9 bilhões de m³ a partir da cana-de-açúcar e 5,7 bilhões de m³ a partir do milho. Segundo a Raízen, a expectativa é de que o mês de março ainda seja chuvoso no Brasil, com precipitações acima da média, o que poderá atrapalhar a operação de colheita pelas usinas do Centro-Sul.
Entre abril e maio haverá transição do La Niña para um período mais seco. Há também probabilidade crescente de um El Niño no segundo semestre de 2023, entre junho e setembro. Uma vez estabelecido o El Niño, a previsão da Louis Dreyfus Company é de que haja redução da produção indiana e tailandesa, em virtude do clima adverso. Destaque para a possibilidade de gargalos logísticos para exportação de açúcar pelo Brasil na safra. O setor perde share com o crescimento da exportação de farelo e grãos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.