ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Mar/2023

Petrobrás dá sinais de que vai acabar com o PPI

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quinta-feira (02/03) que o projeto de criação de uma conta de estabilização para os preços dos combustíveis é apenas um componente da solução para a volatilidade do preço desses insumos no País. A conta de estabilização do preço dos combustíveis é parte da solução e não toda solução. Ele ponderou, no entanto, que na posição de presidente da Petrobras, não pode mais atuar com relação a isso, que é uma política de Estado. Prates foi o relator do projeto da CEP-Combustíveis, o nome dado à conta, no Senado, mas deixou o Congresso para assumir a empresa. O projeto espera agora tramitação na Câmara dos Deputados. O projeto foi proposto em um momento crítico de disparada de preços puxado pela conjuntura externa, mas, que ainda assim faz sentido.

A Petrobras não pode fazer política pública e vai continuar perseguindo preços competitivos dentro da realidade brasileira e manter sua fatia de mercado. A Petrobras quer ser competitiva no mercado de combustíveis. Jean Paul Prates deu novas mostras de que não deve seguir mais a atual política de preços de paridade de importação para combustíveis, o chamado PPI. A investidores em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2022, ele disse que o alinhamento ao PPI é o melhor para os competidores da estatal, mas não necessariamente para a própria companhia. De fato, quando a Petrobras se alinha à paridade de importação, abre espaço para outros agentes de mercado importarem cargas do exterior, o que é considerado estratégico por especialistas, sobretudo no caso do diesel, em que 20% a 30% do volume consumido no País vem do exterior.

Sem dar detalhes, ele afirmou que, sob sua gestão, a empresa vai buscar praticar o "melhor preço doméstico" para combustíveis, diferentes portanto do PPI. A estatal deve usar sua competitividade, refinarias, logística doméstica e o fato de ser a empresa líder no País, não monopolista, para buscar esse melhor preço. Será praticado o melhor preço doméstico os produtos, usando todas as ferramentas para os tornar atrativos para os clientes. Prates afirmou não ser a favor da criação de um tributo temporário sobre exportações de petróleo, mas terá de lidar com a decisão do governo. Por ser a maior exportadora de óleo bruto do País, a Petrobras é de longe a mais afetada pelo novo tributo anunciado na terça-feira (28/02) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O imposto vem para compensar a manutenção parcial da desoneração sobre combustíveis. Os tributos foram zerados em junho do ano passado e foram reintroduzidos à cadeia da gasolina e etanol esta semana, ainda que não completamente. Diesel e GLP seguem desonerados até o início de 2024. O discurso de Prates vem em linha com a tentativa de afastar a gestão da Petrobras de acusações de interferência do governo federal. A companhia, no entanto, aceitou reduzir o preço dos combustíveis no mesmo dia da volta dos impostos para atenuar a alta no preço final ao consumidor. A redução foi considerada técnica por analistas de mercado, apesar do "timing" político do reajuste para baixo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.