03/Fev/2023

Apesar do período de entressafra, momento em que há redução das atividades operacionais e as indústrias se voltam a reformas e manutenção, as usinas certificadas para o programa brasileiro de estímulo aos biocombustíveis, RenovaBio, seguem emitindo Créditos de Descarbonização (CBios) em volume expressivo. Segundo dados da B3, entidade registradora do programa, durante todo o mês de janeiro foram emitidos 3,113 milhões de títulos. O resultado é 44,50% maior do que o registrado em igual período do ano passado, quando 2,147 milhões de CBios foram disponibilizados. No primeiro mês do ano, a negociação dos créditos também está em um patamar de preços superior ao registrado em 2022.

O preço médio por título neste ano está em R$ 87,40, enquanto em janeiro do ano passado o índice estava em R$ 60,42, diferença de 44,6%. O preço mais alto de 2023 foi registrado no dia 30 de janeiro e ficou a R$ 92,99, o menor preço foi de R$ 84,45 no 5º dia deste ano. O prazo final de cumprimento das metas de descarbonização de 2022 foi prorrogado para setembro deste ano, após uma escalada nos preços dos títulos (que se aproximaram de R$ 200,00 em junho do ano passado). A indústria sucroenergética pede, no entanto, por uma revisão do decreto do Ministério de Minas e Energia (MME) que estabeleceu a data. O segmento defende que as metas de 2022 sejam cobradas até 31 de março deste ano.

A chance de antecipação do prazo pode ser um dos motores para a aceleração nas negociações dos títulos neste período do ano. Desde janeiro de 2022, já foram colocados em circulação 34,34 milhões de títulos. Até setembro de 2023, as partes obrigadas pela aquisição dos créditos deverão adquirir 35,98 milhões de CBios referentes ao ano de 2022. Dessa forma, embora o ritmo das emissões esteja acelerado para o período, o total ainda não compreende toda a demanda, representando 95,44% do total necessário. Para 2023, as metas obrigatórias somam 37,47 milhões de CBios e deverão ser cumpridas até 31 de março de 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.