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08/Nov/2022

Etanol 2G: Raízen tem contrato de venda com Shell

A Raízen assinou um contrato para comercialização de etanol celulósico de segunda geração (E2G) até 2037 com a Shell Trading Rotterdam B.V. O objetivo é proporcionar soluções avançadas que contribuam para uma economia de baixo carbono. O etanol celulósico de segunda geração será produzido a partir da biomassa da cana-de-açúcar, em conexão com um Programa de Investimentos para construção de 5 novas plantas de E2G. O contrato prevê a entrega de 3,3 bilhões de litros de E2G, que serão produzidos em 5 novas plantas, com início das operações previsto entre 2025 e 2027, totalmente integradas aos Parques de Bioenergia da Raízen. A Shell receberá a produção destas novas plantas pelos primeiros 10 anos de operação de cada unidade produtora, com garantia de suprimento até 2037. Segundo a Raízen, considerando o preço mínimo definido para o E2G, a receita com a venda no âmbito deste contrato atingirá, no mínimo, 3,3 bilhões de euros, garantindo um previsível e satisfatório nível de retorno.

O contrato ainda estabelece um ajuste de preço vinculado à cotação de mercado do E2G, quando da entrega do produto. Desta forma, caso a cotação esteja acima do preço mínimo, haverá uma divisão do prêmio entre as partes. A Raízen prevê uma margem EBITDA de aproximadamente 50%, com investimentos em manutenção estimados em R$ 50 milhões por planta/ano, proporcionando geração robusta de fluxos de caixa. A assinatura do contrato, em agregação aos demais existentes, expande a carteira de demanda contratada de E2G da Raízen para, no mínimo, 4,3 bilhões de euros (montante de receita líquida, considerando o preço mínimo estabelecido nos contratos). A companhia informa que o fluxo de investimentos será suportado pelos recursos captados no IPO da Raízen e geração de caixa dos negócios, em conexão com a sustentação de uma estrutura de capital otimizada. Com a evolução da tecnologia e a consequente redução da pegada de carbono do biocombustível, a Raízen poderá se beneficiar de um prêmio adicional a ser estabelecido conforme o aprimoramento das regulações vigentes nos mercados envolvidos.

Tais regulações, como o Renewable Fuel Standard (RFS nos EUA) e o Renewable Energy Directive (RED na União Europeia), já classificam o E2G como um produto diferenciado por ser feito a partir de um resíduo, não competir com a produção de alimento e representar uma solução de baixa pegada de carbono. O E2G reduz em torno de 80% as emissões de gases do efeito estufa na comparação com a gasolina, aproximadamente 70% na comparação com etanol de milho norte-americano e em torno de 30% na comparação com etanol de 1ª geração de cana-de-açúcar. Adicionalmente, para atendimento do contrato, serão construídas 5 novas plantas entre 2023 até 2027. Cada planta levará até 22 meses para construção com fluxo de investimentos de, aproximadamente, R$ 1,2 bilhão por planta, totalizando R$ 6 bilhões (em termos reais). A Raízen tem 1 planta em operação e 3 plantas em construção, com previsão de início das operações a partir de 2023, e planeja atingir 20 plantas de E2G até 2030-2031, com uma capacidade instalada de produção de, aproximadamente, 1,6 milhão de m³/ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.