04/Nov/2022

Os fluxos de comércio global de açúcar continuam justificando a estrutura inversa dos preços da commodity na Bolsa de Nova York, com a ação de fundamentos altistas no curto prazo, mas a perspectiva de queda de preços no médio prazo. Segundo a Hedgepoint, as chuvas prejudicaram a moagem brasileira e atrasaram o início da safra indiana de 2022/2023, o que provoca aperto de disponibilidade. No entanto, a partir o 1º trimestre de 2023, à medida que a nova temporada do Hemisfério Norte entra em ritmo, os fluxos comerciais devem ficar confortáveis. O principal alívio deve vir também com o início da safra brasileira de 2023/2024, em abril.

A consultoria reforçou a estimativa de outubro de produção brasileira de cana-de-açúcar na temporada 2022/2023, de 546,5 milhões de toneladas. Dado o atual spread entre açúcar e etanol e a necessidade de garantir os estoques médios de biocombustíveis, o Centro-Sul do Brasil ainda poderá atingir cerca de 44,1% de mix de açúcar e produzir perto de 32,2 milhões de toneladas do adoçante. Não houve atualizações quanto ao volume vendido de combustível no Brasil pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e, portanto, ficou mantida a previsão de crescimento do Ciclo Otto (+4,2%).

Nas Regiões Norte e Nordeste, a indústria tem expectativa positiva e a moagem deve ganhar ritmo nos próximos meses. Deve haver uma recuperação em relação ao ano passado. Na Índia, o excesso de chuvas nas principais áreas produtoras de cana-de-açúcar atrasou a data prevista de início da safra, mas a moagem e a exportação de açúcar devem seguir a sazonalidade usual. As previsões meteorológicas mostram precipitação média para os próximos meses. O mercado ainda aguarda o anúncio das cotas de exportação do país e há rumores de que devam ficar perto de 18% da produção total (perto de 6 milhões). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.