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28/Out/2022

Etanol: isenção tributária cria distorção no mercado

Segundo a Bioagência, o petróleo WTI, cotado na New York Mercantile Exchange (Nymex), terá que ficar em torno de US$ 88,00 por barril em 2023 para que o etanol mantenha o diferencial competitivo diante dos combustíveis fósseis no Brasil. A previsão considera os parâmetros de mercado disponíveis até o momento, dólar em torno de R$ 5,20 e a manutenção da desoneração tributária dos combustíveis no ano que vem. No momento, o petróleo é cotado a US$ 89,00 por barril. Caso o governo retome a cobrança de impostos federais sobre combustíveis fósseis, o patamar do petróleo esperado seria mais alto. Segundo a Bioagência, o petróleo WTI deveria se manter em torno de US$ 97,00 por barril para que a competitividade do etanol seja mantida no País.

O mercado é dinâmico, pode mudar a tributação, o câmbio, o petróleo, mas olhando hoje para esse cenário, o setor tende a fazer o máximo de açúcar. O Brasil estava construindo um novo patamar de preços de etanol em torno de R$ 4,00 por litro e passou por um recuo com as interferências externas. No momento, o preço do biocombustível está em R$ 2,99 por litro. Há um ano estava a R$ 4,46 por litro. É artificial a mudança nas alíquotas e atrapalha todo o mercado. Isso cria uma distorção grande. As usinas estão estocando o biocombustível na expectativa de que seja retomada a cobrança dos tributos em 1º de janeiro de 2023. Se não acontecer retomada, o preço ficará em R$ 2,99 por litro até março. O ano de 2022 deveria ter sido muito favorável ao setor, mas com política tributária isso foi ceifado.

Para a safra 2022/2023, que termina em março, a Bioagência estima moagem de cana-de-açúcar em 540,13 milhões de toneladas, 3,3% acima da produção de 2021/2022. A produção de açúcar deve ficar em 32 milhões de toneladas, em linha com a safra anterior, e a produção de etanol tende a ser 1,6% maior, em 24,46 bilhões de litros. Para a safra 2023/2024, que começa em abril, a Bioagência estima moagem de 575 milhões de toneladas. Em caso de um mix açucareiro de 44,6%, a entidade espera produção de açúcar de 34,5 milhões de toneladas e fabricação de etanol em 26,38 bilhões de litros. Em um segundo cenário, caso o mix açucareiro seja de 47,2%, a produção do açúcar ficará em 36,51 milhões de toneladas e a de etanol será de 25,11 bilhões de litros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.