16/Ago/2022

Em São Paulo, o preço do etanol hidratado registra recuo pela segunda semana consecutiva. A queda está atrelada ao interesse pontual de boa parte das distribuidoras, que ainda adquire de maneira cautelosa o biocombustível. Além disso, a flexibilidade de algumas usinas em certas regiões do Estado também resulta em negócios a preços mais baixos que os registrados na semana anterior. No geral, os agentes de mercado estão na expectativa de retração no preço da gasolina nas refinarias, o que deixa o ritmo de negócios mais lento.

Outro ponto relevante refere-se ao fato de que, embora a safra tenha começado atrasada em relação aos anos anteriores, o clima permitiu um avanço na moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de julho, de acordo com informações da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Com isso, em alguns casos, os estoques de produto armazenado cresceram, pressionando algumas unidades produtoras a venderem o etanol. O Indicador CEPEA/ESALQ semanal do hidratado está cotado a R$ 2,8049 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins - alíquota zerada), recuo de 2,05% nos últimos sete dias.

Para o etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ está cotado a R$ 3,3786 por litro (líquido de impostos e PIS/Cofins - alíquota zerada), leve alta de 0,07% no mesmo período. A estabilidade está atrelada ao volume de oferta deste tipo de biocombustível ser considerado pequeno pelo mercado. Além do clima, a melhor qualidade da matéria-prima favorece o crescimento da moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de julho na Região Centro-Sul. Segundo a Unica, foram processadas 48,9 milhões de toneladas, avanço de 4,31% frente ao mesmo período do ano passado. No acumulado da safra, porém, a moagem soma 282,8 milhões de toneladas, recuo de 7,42% em igual período de 2021.

Na semana passada, especificamente, as chuvas em algumas regiões produtoras de São Paulo atrapalharam o andamento da moagem, com paralisação das atividades por alguns dias. Os possíveis reflexos no desempenho das usinas no volume processado de cana e da produção de açúcar e de etanol, por sua vez, poderão ser mensurados no próximo relatório da Unica. Em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, o valor do anidro está 15,4% maior que o do hidratado em São Paulo. No caso do açúcar, o preço está 19,1% acima ao do anidro e 37,5% maior que o do hidratado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.