11/Ago/2022

Em modelo da Safras & Mercado, o custo de produção do etanol no Centro-Sul está por volta de R$ 1,80 por litro nas usinas mais antigas (R$ 0,30 por litro acima das usinas mais novas), ainda a maioria. O preço de venda está caindo e poderá atingir pisos menores, comprometendo mais ainda as margens, mas deixa um espaço para as empresas que carregam menores despesas adicionais e as de baixa alavancagem ou dívidas alongadas.

Ou seja, se for tomado o preço médio em torno de R$ 2,90 por litro já descontados ICMS e frete como o calculado pelo Cepea na semana passada (R$ 3,15 cheio), a indústria embolsa R$ 1,10 por litro. Nas unidades mais modernas e eficientes, o ganho soma o custo de produção menor, de R$ 1,50 por litro, ou seja, vai R$ 1,40 por litro para o lucro, sempre se falando em uma régua básica.

Considera-se, para efeitos de custo de produção, todos as variáveis básicas incidentes, como compra da cana-de-açúcar e/ou gastos com cana-de-açúcar própria, operações industriais, encargos trabalhistas e de impostos, mais logística. Na pior das hipóteses, se houver uma queda mais brusca do consumo de etanol para competir com a gasolina, ora mais amigável para o consumidor, a Safras & Mercado trabalha com o valor cheio (imposto/frete) de R$ 3,10 por litro.

Claro que haverá a arbitragem com o açúcar na Bolsa de Nova York, mas o fôlego é curto. O desvio de cana-de-açúcar para o açúcar também vai derrubar os valores na Bolsa de Nova York. Vale salientar que resultados positivos expressivos, puxados pelo etanol e açúcar, como os da São Martinho no primeiro trimestre da safra 2022/2023, talvez não se repitam nos próximos trimestres. Fonte: Money Times. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.