09/Ago/2022

Segundo o Itaú BBA, o adiamento do período de obrigatoriedade de aquisição dos Créditos de Descarbonização (CBios) no contexto do programa brasileiro de estímulo à produção de biocombustível, o RenovaBio, provocou um arrefecimento de preços dos títulos ambientais, mas essa desvalorização pode ter prazo de validade. O adiamento dos prazos aliado ao gradual avanço das metas aumentam a volatilidade das negociações. Para os anos posteriores a 2023, dado que as metas compulsórias são maiores, os preços dos títulos tendem a flutuar em patamares elevados refletindo incertezas relacionadas ao tamanho do crescimento da oferta de títulos no futuro.

As metas referentes ao ano de 2023 já são maiores do que as atuais e os distribuidores que postergarem a compra de títulos referentes a 2022 para o ano subsequente podem encarar um cenário de alta dos preços dos ativos. Caso a parte obrigada deixe para realizar as compras dos títulos referentes ao cumprimento da meta de 2023 somente após o fim do prazo de aposentadoria dos CBios referentes às metas de 2022 (Setembro/2023), haverá somente 6 meses para a realização das negociações referentes, o que pode ocasionar a concentração dos negócios e aquecer novamente os preços. Apesar das mudanças, o cenário tende a ser confortável para cumprimento das metas anuais de compensação de emissões de gases de efeito estufa, com estoque de passagem para 2024 de 10,5 milhões de títulos.

Essa expectativa é apenas ameaçada por mudanças no mercado de combustíveis, como alterações no mix de produção de etanol por parte de usinas ou no percentual de mistura obrigatória do biodiesel no óleo diesel. Se essas variáveis pressionarem o volume de ativos emitidos, pode-se definir também um cenário pessimista para a estimativa do balanço de títulos para os próximos anos. O volume emitido não será suficiente para o cumprimento das metas compulsórias até março de 2024, tendo a falta de 1,2 milhão de títulos no fim do prazo de atingimento para as metas referentes ao ano de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.