22/Jul/2022

Segundo o Itaú BBA, a decisão das usinas de cana-de-açúcar de adiar o início do período de safra 2022/2023 em função do clima deve gerar resultados para a produção, mas a decisão quanto ao mix tende a afetar a oferta global de açúcar. A melhora das condições climáticas poderá fazer com que os canaviais apresentem alta na produtividade e no rendimento nos próximos meses. Os ganhos, no entanto, podem não se traduzir em aumento expressivo de açúcar na oferta global. A melhor remuneração para o etanol hidratado e a alta dos Créditos de Descarbonização (CBios) podem gerar uma mudança na produção que ainda não foi negociada. No caso de condições meteorológicas normais, a produtividade da cana-de-açúcar deve apresentar melhora de 7,9%, para um total de 73 toneladas de cana por hectare nos próximos meses.

Ao todo, o banco estima 555 milhões de toneladas de cana-de-açúcar da Região Centro-Sul para a safra 2022/2023, 6,1% acima do volume do ano anterior. Mesmo com a redução do mix, a safra 2022/2023 deve continuar focada na produção de açúcar, com mix estimado em 43,5%, queda de 1,7% em comparação com a safra 2021/2022. No entanto, para a temporada terminar com fôlego de 1,8 milhão de toneladas de açúcar superior ao consumo global, a safra do Centro-Sul deve continuar inclinada à produção de açúcar. Os preços do etanol hidratado no início da safra geraram rentabilidade superior aos do açúcar e ainda há espaço para mudança na produção que não foi negociada.

Dessa forma, não se pode descartar a possibilidade de um aperto do balanço global. O aumento dos preços dos CBios também é um alvo das atenções, embora os ativos ambientais já estejam aliviando a alta. O patamar alcançado anteriormente fez o título aumentar a atratividade do etanol em relação ao açúcar, levando à priorização da produção do biocombustível. Diante desse cenário, a estimativa da produção total de etanol de cana-de-açúcar na temporada 2022/2023 é de 25,8 milhões de m³ (aumento de 7,1% em relação à temporada anterior), compreendendo 15 milhões de m³ de etanol hidratado (aumento de 5,7%) e 10,8 milhões de m³ de etanol anidro (aumento de 9,1%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.