28/Jun/2022

A liquidez no mercado de etanol está lenta, sobretudo depois do dia 24 de junho, quando foi publicada a mudança tributária em esfera federal. Após grande expectativa dos agentes do mercado, foi aprovada a Lei Complementar nº 194 (de 23 de junho de 2022), que zera a alíquota de PIS/Cofins dos etanóis hidratado e anidro combustíveis e outros fins. Neste mesmo dia, foi sancionado o Projeto de Lei que limita a 17% o ICMS sobre o diesel e a gasolina e outros produtos e serviços. Com a Lei complementar em vigência, os agentes do mercado de etanol ficaram focados na realização de ajustes necessários no sistema de cada empresa.

Vale informar que, embora essa mudança de alíquota de PIS/Cofins possa ter impacto no preço de mercado, ela não interfere na sistemática do cálculo dos Indicadores do Cepea, que são divulgados líquidos de tributos e já adaptados para alterações de alíquotas. Dessa forma, as séries dos Indicadores, antes e após a mudança, são comparáveis, já que nenhuma alteração regulamentar foi feita. O Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado do estado de São Paulo é de R$ 3,0644 por litro (valor líquido de impostos), tem alta de 1,75% nos últimos sete dias.

No caso do anidro, a elevação é de 1,2%, com o Indicador CEPEA/ESALQ cotado a R$ 3,5693 por litro (valor líquido de impostos). A sustentação aos preços vem do fato de que muitas usinas estiveram fora do mercado, limitando, portanto, a disponibilidade do biocombustível no spot de São Paulo. Além disso, outras unidades ativas estão firmes em suas ofertas. A relação entre os preços do etanol hidratado e da gasolina C nas bombas de São Paulo apresenta recuo para 64,9%, segundo Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

As médias são de R$ 6,974 por litro para o combustível fóssil (alta de 2,12% nos últimos sete dias) e de R$ 4,527 por litro para o etanol (baixa de 0,64% no mesmo período). A relação entre os preços dos dois combustíveis é a menor desde a semana encerrada no dia 22 de agosto de 2020, quando foi de 64,2%. Em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, nos últimos sete dias, o valor do anidro é 11,6% maior que o do hidratado em São Paulo. O preço do açúcar está 10% superior ao do anidro e 22,8% maior que o do hidratado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.