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28/Jun/2022

Etanol: Índia pode elevar mistura para 20% até 2025

O regime de chuvas da Índia, orientado pelas monções, será determinante para garantir que o país consiga alcançar o E20, objetivo de incorporar 20% de etanol na gasolina até 2025, afirmam representantes do setor sucroenergético do país. Em contrapartida, a parceria com o Brasil alimenta esperanças de que a meta seja atingida até antes do prazo, garantiram a Associação Indiana das Usinas de Açúcar (Isma) e a Associação dos Fabricantes dos Automóveis Indianos (Siam). Os representantes das entidades estiveram no Brasil na última semana em uma comitiva, que veio a convite da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), para conhecer o funcionamento de usinas de etanol e fábricas montadoras com tecnologia para veículos híbrido-flex. Embora seja o segundo maior produtor de açúcar do mundo, o país asiático ainda é incipiente na produção de etanol e não consegue converter parte considerável da cana-de-açúcar em biocombustível por defasagens tecnológicas.

Desde 2019, a parceria com a Unica visa a fomentar o uso do biocombustível e a redução das emissões de carbono na atmosfera. Na Índia não chove tanto quanto no Brasil, então dependemos das monções. Esperamos ter monções boas por muitos anos que possibilitem o fornecimento de etanol. Essa é uma grande questão. A colaboração com o Brasil tende a ajudar nesse processo. Os brasileiros foram muito transparentes na discussão, estão nos dizendo que problemas enfrentam e o que devemos fazer nesse tipo de situação. Assim, podemos pensar de antemão em soluções para alcançar o E20. Na atual temporada, a Índia produziu cerca de 40 milhões de toneladas de açúcar a partir da cana e direcionou 22,5 milhões de toneladas para o mercado interno. No início deste mês, o país atingiu, cinco meses antes do prazo, a meta E10, que visava a incorporar 10% de etanol à mistura da gasolina. Assim, 3,4 milhões de toneladas do adoçante foram convertidas na produção do biocombustível.

Com a meta E20, a Isma estima que pelo menos 4,5 milhões de toneladas de açúcar sejam direcionadas à produção de etanol na atual temporada 2022/2023. Enquanto a Índia persegue a meta de dobrar o percentual de etanol incorporado à gasolina em três anos, desde 2015, o percentual obrigatório no Brasil é de 27%. Foi nesse contexto que decidimos visitar o Brasil. O Brasil vem fazendo isso há mais tempo e precisamos entender qual pode ser o melhor modelo a ser adotado na Índia. Os indianos se apaixonaram pelo futebol brasileiro e agora é a hora de fazer uma nova amizade com o etanol. Nos últimos três anos, o Brasil estreitou essa parceria com os indianos ressaltando os benefícios ambientais e socioeconômicos da produção e uso de etanol como fonte de energia renovável. No início deste ano, o Ministério de Minas e Energia esteve na Índia e se reuniu com o Ministério do Petróleo e Gás Natural do país.

Na ocasião, ambos se comprometeram a aprofundar a cooperação entre os setores privados sucroenergético e automotivo dos dois países. Muitos dos fabricantes de automóveis brasileiros, como Toyota, Volkswagen, General Motors (Chevrolet), Hyundai, estão operando na Índia, então a tecnologia está disponível e agora é só atingir as metas de forma sinérgica. Efeitos concretos da cooperação Brasil-Índia já são vistos no setor automotivo. No segundo semestre de 2022, a Índia iniciará a produção de carros com motores flex fuel (tecnologia brasileira que permite a utilização de 100% de etanol ou a mistura do biocombustível com o seu equivalente fóssil). O país asiático é o terceiro maior emissor de carbono do mundo e tem grande dependência do petróleo importado para abastecer o setor de transportes. No Brasil, a tecnologia flex fuel foi introduzida em 2003. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.