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26/Mai/2022

Cana: caminhões autônomos auxiliam na colheita

A busca por eficiência e menores custos está levando as fabricantes do Brasil a intensificar apostas nos veículos de carga que operam sem motoristas. Caminhões autônomos ou não tripulados já são produzidos localmente por duas montadoras, a Mercedes-Benz e a Volvo. A Scania entrará no ramo em novembro e a Volkswagen Caminhões e Ônibus iniciou estudos para produtos nesse segmento. Até agora, eles são usados na área agrícola, principalmente na colheita de cana-de-açúcar, e na mineração. Por questões de legislação, só podem circular em locais demarcados, ou seja, não podem rodar em estradas. A mais adiantada nesse segmento entre as quatro maiores fabricantes de caminhões no País é a Mercedes-Benz, que chegará ao fim do ano com 580 unidades vendidas do Axor 3131 com direção autônoma. Desenvolvido em 2019 em parceria com a startup Grunner, o modelo teve 139 unidades comercializadas apenas no primeiro trimestre, a preços que variam de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões.

Em comparação com os tratores, o uso do Axor 3131 na colheita de cana-de-açúcar assegura 40% de redução no consumo de combustível e de lubrificantes e 30% a menos no custo de reparo e manutenção. A startup recebe o caminhão fabricado pela Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) e instala o sistema que faz dele uma "máquina inteligente", com nível 2 de automação. Nesse nível, é preciso a interação do motorista para realizar acelerações, frenagens e manobras. Em trajetos determinados, como nas plantações de cana-de-açúcar, o veículo é guiado por georreferenciamento, sem intervenção humana. O caminhão da Scania, chamado de P 280, está em produção e estará à venda a partir de novembro, também com nível 2 de autonomia, mas a empresa avalia introduzir, futuramente, versão de nível 4 (que nem sequer tem cabine). O primeiro modelo é voltado ao transbordo da cana-de-açúcar, mas a tecnologia poderá ser usada em outros segmentos. O caminhão tem versões a diesel e a gás e/ou biometano.

O uso do autônomo reduz perdas durante a colheita e oferece significativa economia de combustível. Fabricantes de máquinas e equipamentos, Caterpillar e Komatsu também fornecem caminhões de grande porte para mineradoras, mas boa parte é importada de suas matrizes. São dessas duas marcas os 25 caminhões gigantes que a Vale tem nas operações em Carajás (PA) e Brucutu (MG). Mais dois serão adquiridos ao longo do ano. A Andrade Gutierrez, que já tem cinco veículos não tripulados em operação, fez parceria com a Volvo e ACR em um projeto inédito de caminhão voltado à construção pesada e mineração. A empresa já tem um protótipo, chamado de 4.Zero, que será lançado nos próximos dias. Segundo a empresa, a diferença para outros modelos é a combinação de um sistema de direção de alta tecnologia a uma mecânica integrada e conectada à rede inteligente. O veículo é controlado por um operador em uma cabine a até 2 Km de distância por meio de radiocontrole, com acionamento por joystick.

O projeto é da própria Andrade Gutierrez, que adquiriu um caminhão Volvo FMX, que já vem preparado para receber o sistema de operação remota instalado pela ACR Brasil, cuja tecnologia pertence agora à construtora. A ideia é trazer mais segurança e qualidade na prestação de serviços nas áreas de maior risco, como as de mineração e de construção pesada. Uma das vantagens é a alternância imediata entre operação tripulada ou remota sem necessidade de adequações mecânicas. No modo não tripulado, o caminhão só pode ser operado em áreas confinadas, sem pedestres. Com o condutor, o caminhão pode trafegar em estradas. A Volvo também dispõe de caminhões semiautônomos para uso na colheita de cana-de-açúcar. Embora tenha sido pioneira na oferta desse tipo de veículo no País, em 2017, vendeu até agora sete unidades para a Usina Santa Terezinha, de Maringá (PR). A Volkswagen Caminhões e Ônibus informa que o projeto do grupo está em fase inicial. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.