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28/Abr/2022

Combustíveis: poder de compra tem recuo no País

De acordo com estudo exclusivo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o poder de compra do brasileiro no segmento de combustíveis é o pior nos últimos dez anos, refletindo o congelamento do salário-mínimo frente à inflação trazida pela alta do petróleo no mercado internacional. Em 2012, com um salário-mínimo, era possível comprar 16 botijões de gás de 13 Kg. Hoje, é possível comprar apenas 11 botijões de gás de 13 Kg, devido à perda do poder aquisitivo. Atualmente, é possível comprar, em média, 167 litros de gasolina com um salário-mínimo, volume inferior aos 227 litros que eram comprados dez anos antes. No diesel, os atuais 180 litros estão muito aquém dos quase 300 litros que se comprava em 2012. O encolhimento do salário-mínimo, sem aumento real pelo terceiro ano seguido em 2022, se soma ao cenário de alta dos combustíveis e escalada da inflação, o que afeta o orçamento das famílias.

Nesta quarta-feira (27/05), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), revelando que a gasolina foi a maior pressão para a alta da inflação de 1,73% de abril, contra 0,95% em março. Por trás desse desempenho está a política de preço de paridade de importação (PPI) implantada pela Petrobras em outubro de 2016, com reajustes dos combustíveis com base nas cotações internacionais do petróleo, variação cambial e custos de importação de derivados. De outubro de 2016 a março de 2022, a gasolina, nas refinarias, acumulou reajustes de 157,3%; o diesel, de 157,6%; e o gás de cozinha 349,3%. No mesmo período, o salário-mínimo subiu apenas 37,7%.

Em uma comparação do poder de compra de combustíveis em diferentes países, o estudo revela que o brasileiro precisa empenhar 21% do salário-mínimo para adquirir 35 litros de gasolina, um dos percentuais mais elevados do mundo. O estudo ressalta que o Brasil, embora grande produtor mundial de petróleo e derivados, é o quarto mais mal colocado (atrás da Venezuela, Ucrânia e África do Sul), num ranking de 40 países classificados de acordo com o poder de compra de combustíveis de seus salários-mínimos. Por falta de investimentos no setor, a capacidade instalada de refino do Brasil está estacionada em 2,360 milhões de barris por dia desde 2016. Também o volume de produção de derivados se estabilizou na faixa de 1,8 milhão de barris por dia desde 2017, abaixo do patamar de 2 milhões de barris por dia registrado entre 2010 e 2016. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.