ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Abr/2022

Etanol: Brasil e Índia parceiros em biocombustíveis

O Brasil e a Índia irão trabalhar juntos para a convergência de padrões de bicombustíveis e o desenvolvimento de motores flex fuel de última geração, buscando consolidar um mercado global. Ambos os países se comprometeram a aprofundar a cooperação entre os setores privados sucroenergético e automotivo dos dois países. A experiência brasileira no uso de biocombustíveis e motores flex e híbridos já é usada como referência pelo governo indiano na adoção de políticas públicas de incentivo à descarbonização da matriz de transportes. Maior produtor mundial de açúcar e quarto maior fabricante de automóveis, a Índia deve passar de 10% a uma mistura de 20% de etanol na gasolina até 2025.

O objetivo é formar uma parceria da qual outros países também poderão se beneficiar na América do Sul, na Ásia e na África. A Índia é o terceiro maior consumidor de petróleo do mundo e tem interesse inclusive em aumentar a importação de petróleo do Brasil. De acordo com o Ministério das Minas e Energia (MME), devido à utilização da mistura com etanol, o Brasil não precisa importar 44% da gasolina demandada para o consumo doméstico. Além disso, o uso do biocombustível teria evitado a emissão de 24 milhões de toneladas de “equivalente de dióxido de carbono” (CO2eq) no ano passado. A expectativa é de que o País aumente sua produção anual dos atuais 32 milhões de litros para 47 milhões de litros até 2031.

O carro brasileiro movido a etanol tem uma pegada de carbono menor que a maioria dos carros elétricos usados em outros países, porque a eletricidade em muitos locais é gerada a partir de carvão. Mais de 70% da eletricidade gerada na Índia é a carvão, por exemplo. A mistura de biodiesel no diesel brasileiro devia estar em 14%, mas está em 10% devido à falta de insumos durante a atual crise mundial de alimentos. Logo, o Brasil deve voltar à mistura de 14%, e em 2023 será de 15%. Além da indústria e dos transportes terrestres, Brasil e Índia buscarão posicionar a bioenergia e os biocombustíveis como parte das soluções para a transição energética global também nos transportes aéreos e marítimos, considerados de difícil descarbonização. A Índia já testou o uso de etanol para aviação e há metas com adesão de mais de 100 países para redução de emissões de carbono nos voos.

O Brasil tem um programa para desenvolvimento de biocombustíveis marítimos, de aviação e outros de múltiplo uso. Os programas brasileiros e indianos são muito similares, porque os desafios são comuns a todos. Foram assinados dois acordos de cooperação entre os setores privados. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e a Sociedade de Fabricantes de Veículos da Índia (Siam) lançarão um Centro Virtual de Excelência de Etanol para compartilhamento de informações e melhores práticas, como a redução do gasto de água na produção de cana e etanol. Já o Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla) assinou com a contraparte indiana um acordo para licenciamento de tecnologia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.