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22/Abr/2022

Cana: produção brasileira recua na safra 2021/2022

De acordo com informações do 4º e último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a cana-de-açúcar, divulgado no dia 20 de abril, a produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2021/2022 registrou um total de 585,2 milhões de toneladas, volume que representa uma queda de 10,6% em relação à colheita anterior 2020/2021, que foi de 654,5 milhões de toneladas. A redução é explicada, principalmente, pelas condições climáticas adversas registradas, da estiagem durante o ciclo produtivo das lavouras e pelas baixas temperaturas registradas em junho e julho de 2021, que provocaram impacto na produtividade de importantes regiões produtoras. Além do clima, houve uma redução de 3,5% na área em produção de cana-de-açúcar, passando de 8,6 milhões de hectares para 8,3 milhões de hectares. A queda ocorre mesmo com um cenário positivo para o setor sucroenergético, com preços atrativos para o açúcar e etanol. A concorrência por área está se acentuando no Brasil.

A rentabilidade da terra é um fator de decisão cada vez mais determinante na escolha da atividade a ser implementada na terra. A soma da rentabilidade da soja e do milho na mesma área é praticamente imbatível. Isso explica a dificuldade para expandir e mesmo manter a área de cana-de-açúcar. Um fator a ser considerado, ainda na decisão, é o risco associado à produtividade, neste ponto a cana ainda leva vantagem. Com a menor disponibilidade de matéria-prima, tanto a produção de açúcar como a de etanol foram reduzidas. Para o açúcar, a queda verificada chega a 15% em relação ao produzido na safra 2020/2021, estimado em 35,05 milhões de toneladas. Já no caso do etanol a produção total, proveniente da cana-de-açúcar e do milho, é de 30,26 bilhões de litros, redução de 7,7% em relação à safra passada. Com relação ao biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar, o percentual de queda é de 10% em comparação com 2020/2021, atingindo 26,78 bilhões de litros. A produção de etanol anidro teve aumento de 13,8%, alcançando 10,6 bilhões de litros.

O total produzido do hidratado, por sua vez, ficou em 16,18 bilhões de litros, diminuição de 20,8%. Em contrapartida, a produção total de etanol à base de milho cresceu 14,9%, totalizando 3,47 bilhões de litros. No caso do anidro, o aumento foi de 4,2%, com 972,55 milhões de litros produzidos. Para o hidratado, a produção está em 2,5 bilhões de litros, sinalizando incremento de 19,7% em comparação a 2020/21. Apesar de ter registrado a maior redução de área e de produtividade, a Região Sudeste se mantém como a principal produtora do País, com uma colheita de 366,9 milhões de toneladas, diminuição de 14,4% quando comparada ao ciclo anterior. No Centro-Oeste e na Região Sul, o boletim aponta para queda na produção com uma colheita de 131,3 milhões de toneladas e 31,9 milhões de toneladas, respectivamente. Nas Regiões Nordeste e Norte do País, a área plantada foi inferior à safra passada. Nessas regiões, porém, o clima foi favorável, refletindo em incremento nas produtividades.

A produção final atingiu 51,1 milhões de toneladas na Região Nordeste e 3,86 milhões de toneladas nas áreas produtoras da Região Norte. A combinação entre a alta das cotações internacionais e a taxa de câmbio em nível elevado no Brasil foram favoráveis às exportações de açúcar na safra 2021/2022. Mesmo assim, as exportações recuaram 19,3% na safra 2021/2022, diante da restrição de disponibilidade do produto, com volume embarcado de 26 milhões de toneladas. No caso do mercado de etanol, o Brasil exportou 1,8 bilhão de litros, o que corresponde a uma redução de 38,9% em relação ao ciclo anterior. A queda também é influenciada pela limitação da produção registrada no ciclo atual. Também foi registrada retração na importação do álcool em 34,6%, estimada em 380,4 milhões de litros, limitadas pelo fim das cotas de importação do etanol proveniente dos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.