22/Mar/2022

A HedgePoint Global Markets reduziu de 140,1 quilos por tonelada para 138,9 quilos por tonelada sua estimativa para Açúcar Total Recuperável (ATR) da safra 2022/2023 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil. A perspectiva para o mix também foi alterada: a parcela da cana dedicada à produção de açúcar passou de 46% para 44,5%. As chuvas desde setembro contribuíram para o desenvolvimento da cana-de-açúcar do segundo semestre, ao mesmo tempo em que as tornaram pouco menos concentradas, reduzindo o ATR no pico da safra.

É necessário aguardar as chuvas em abril e maio para ter uma ideia melhor do que acontecerá no final do período de moagem. O mix foi alterado por alguns motivos. O primeiro é a necessidade de capital de algumas usinas para se manter em funcionamento, que deve levar muitas delas a aproveitar os bons preços de etanol neste momento e dedicar fatia relevante da cana-de-açúcar à produção do biocombustível no início da temporada. Além disso, a companhia revisou seu modelo do Ciclo Otto para incluir uma demanda extra por combustíveis, que daria suporte aos preços do etanol.

O álcool já está respondendo à volatilidade internacional do petróleo, tornando-o ainda mais atrativo para as usinas. A estimativa de moagem de cana-de-açúcar na próxima temporada foi mantida em 551 milhões de toneladas. Em razão da mudança de mix, a produção esperada de açúcar caiu de 33,8 milhões de toneladas para 32,5 milhões de toneladas. A de etanol anidro subiu de 9,2 bilhões de litros para 9,4 bilhões de litros; e a de hidratado, de 15,3 bilhões de litros para 15,6 bilhões de litros.

O principal risco é a ação do governo. Os projetos de lei em tramitação no Congresso podem causar queda no preço do etanol e retirar o prêmio do biocombustível sobre o açúcar. A guerra entre Rússia e Ucrânia também fica no radar, já que uma solução pacífica pode levar à correção de preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.