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17/Mar/2022

Etanol: demanda cresce com reajuste da gasolina

A procura por etanol nos postos aumentou nos últimos dias, por causa das constantes altas no preço da gasolina. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), as vendas do etanol hidratado subiram 26,2% em fevereiro, em comparação com janeiro. Donos de postos, no entanto, acreditam que o aumento na procura pode ser passageiro, se o preço do etanol continuar acompanhando as altas no valor da gasolina. Na semana passada, a Petrobras anunciou aumento de 18,7% na gasolina, 24,9% no diesel e 16% no gás de cozinha. Proprietário de postos da região metropolitana de São Paulo observam que muitos motoristas passaram a optar pelo etanol. O consumo de etanol aumentou, mas os preços subiram tanto quanto os da gasolina. O preço do etanol no posto passou de R$ 3,74 por litro em 10 de fevereiro para R$ 4,28 por litro no dia 14 de março, refletindo alta de 14,44%. Já a gasolina, no mesmo período, subiu de R$ 5,56 por litro para R$ 6,14 por litro, aumento de 10,40% (esses são preços de custo). O etanol anidro (que é misturado à gasolina) subiu praticamente na mesma proporção do hidratado.

Neste período do ano, quando começa a safra, seria normal cair o preço do etanol, mas este ano não está acontecendo. A safra 2022/2023 foi aberta oficialmente no dia 9 de março. Como a maioria da frota de automóveis é flex (pode ser abastecida com álcool ou gasolina), o consumidor faz as contas e opta pelo combustível que compensa para ele. O que determina é a chamada paridade dos preços, uma espécie de regra usada no mercado que diz que, para valer a pena, o etanol deve custar até 70% do preço da gasolina. O problema é que a paridade acaba sendo usada como balizamento para o preço do etanol. Quando a distribuidora entrega o combustível ao posto, o etanol já vem com essa paridade, tendo como referência o preço da gasolina. A Unica acredita que a oferta de etanol hidratado será maior este ano, o que pode tornar o preço mais competitivo. Nesta safra, houve queda na moagem em relação à safra 2020/2021 em razão de consequências climáticas do ano passado, que reduziram a oferta. Agora, a previsão é de safra maior, mas a produção de etanol vai depender da demanda.

Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro foram de demanda muito fraca, o que fez com que os estoques se tornassem significativos para março e abril. Se acontecer a maior produção de cana-de-açúcar, como se espera, essa quantidade maior de cana-de-açúcar será direcionada para a produção de etanol. Atualmente, o mix (volume de cana que vai para a produção de etanol e de açúcar) está em 55% para o etanol e 45% para o açúcar. Com a modernização dos motores, nem sempre a “regra dos 70%” representa a realidade. Para descobrir a percentagem correta, o ideal é aferir o consumo com os dois combustíveis, individualmente. Ao abastecer com um dos combustíveis, zerar o computador de bordo e acompanhar a média de consumo. Depois, fazer o mesmo com o outro combustível, após gastar bastante do combustível que está no tanque, para não interferir no resultado. Caso o consumo com etanol seja de 20% a mais, por exemplo, vale a pena abastecer com ele desde que o preço não supere 80% do preço da gasolina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.