10/Mar/2022

Segundo a Sucden Brasil, a produção de açúcar na Europa ainda é incerta em razão dos altos preços de energia e da possibilidade de atraso no plantio de beterraba. A Ucrânia precisa plantar sementes nos próximos 30 dias, e se não houver plantio não tem safra. Sem a safra da Ucrânia, seria 1,4 milhão de toneladas a menos no mundo. Se a oferta de trigo da Rússia cair, países da Europa podem migrar a área da beterraba para o grão, que vem sendo negociado a preços cada vez mais altos. O avanço no preço de energia eleva os custos de produção e refino do açúcar. Existe uma diferença entre o açúcar de cana-de-açúcar, que não tem custo energético, e o de beterraba, que tem custo alto.

Por isso, a previsão é de volatilidade no mercado global do açúcar. A Cofco International Brasil afirmou que a Tailândia, importante país exportador, deve ter recuperação na produção dos próximos dois anos, retornando ao patamar de 11,5 milhões de toneladas de açúcar em 2023. Por outro lado, a China tende a continuar com déficit de produção na casa dos cinco milhões de toneladas. Esse déficit deve continuar grande no médio a longo prazo. A China terá dificuldade de aumentar a produção porque ainda têm indústria dependente de colheita manual, e a política de estoques altos deve continuar. Além disso, o consumo vem aumentando.

Esse deve continuar sendo o principal importador de açúcar brasileiro por um bom tempo. A safra global 2021/2022, que vai até setembro deste ano, deve ter déficit de 1,21 milhão de toneladas de açúcar. Para a temporada seguinte, a projeção é de superávit global de 1,15 milhão de toneladas. Mesmo assim, os estoques globais não devem registrar avanço significativo. Os estoques estão baixos e os principais produtores, Brasil e Índia, já têm patamar elevado de produção e teriam dificuldade em crescer mais. No Brasil tem a competição com o etanol e a Índia também vem investindo cada vez mais no biocombustível. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.