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22/Fev/2022

Etanol: preço competitivo poderá elevar consumo

Os preços mais fracos do etanol e o ganho de competitividade frente à gasolina tendem a impulsionar o consumo do biocombustível. Entretanto, como o poder de compra do consumidor brasileiro continua baixo, a demanda por combustíveis como um todo deve caminhar de lado este ano. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que o preço médio do hidratado no País caiu 1,98% na semana passada em relação à anterior, e o recuo mensal é de 6,88%. Com isso, a competitividade frente à gasolina vem aumentando: após meses em que o combustível fóssil era mais competitivo em todos os Estados, na semana passada, o hidratado teve paridade favorável em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais (considerando o critério de que o etanol precisa ter preço limite de 70% da gasolina para ser considerado vantajoso).

Em outros Estados, a paridade ainda não alcança os 70%, mas está próxima, caso de São Paulo, principal produtor e consumidor do biocombustível, onde o preço do etanol foi de 70,50% o da gasolina; e Bahia, onde ficou em 74,35%. Mesmo quando a paridade fica entre 70% e 75%, o consumidor ainda é favorável ao etanol. Os combustíveis como um todo estavam caros. Quando o consumidor percebe uma vantagem como essa, há migração e incremento do consumo. Com a paridade de preços atual, parte dos consumidores já começa a buscar outros combustíveis. Mas, é preciso ter cautela, porque como não há melhora no poder de compra da população, o que vai acontecer é o consumidor sair da gasolina e ir para o etanol, ou vice-versa, e não um aumento no consumo de combustíveis. Mesmo com uma possível alta este ano, a procura ainda não deve voltar aos níveis pré-pandemia.

Em janeiro, as vendas de etanol no Centro-Sul caíram 32,39% em comparação com o mesmo mês de 2021, para 1,76 bilhão de litros, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). O recuo reflete o baixo consumo de combustíveis do ciclo Otto (gasolina mais etanol) e o preço do biocombustível já vinha caindo. Como resultado do atual balanço de oferta e demanda do etanol hidratado, os preços recebidos pelos produtores já apresentaram recuo próximo de R$ 1,05 por litro desde novembro. A expectativa é de que esse recuo seja integralmente repassado aos consumidores finais pelos demais elos da cadeia de comercialização. Outro ponto que deve pressionar os preços e, consequentemente, impulsionar o consumo do biocombustível é o volume de estoques.

De acordo com o Ministério da Agricultura, em 31 de janeiro o estoque físico total (hidratado e anidro) do País era de 6,63 bilhões de litros, ante 6,47 bilhões no mesmo período de 2021. A mudança que usinas fizeram durante a última safra para priorizar a produção de etanol anidro por preocupações com mudança na mistura e pelos preços altos contribuiu para os estoques confortáveis atuais. E quando há produto e dificuldade de venda, é preciso reduzir o preço, o que vem acontecendo. O maior volume armazenado do biocombustível tem uma vantagem: a de abastecer o País durante a entressafra, que deve ser prolongada. A moagem na temporada que começa em abril deve atrasar por causa do estado do canavial, que sofreu muito. A prioridade das usinas em 2022 é rearranjar o manejo do canavial, que foi muito descompensado, para voltar à normalidade em 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.