17/Fev/2022

O preço do açúcar atingiu, no dia 15 de fevereiro, seu nível mais baixo em sete meses e fechou cotado a 17,57 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York, se distanciando em mais de 9% de sua alta de janeiro. O recuo chamou atenção. O preço do petróleo subiu acentuadamente, o que deveria ter impulsionado o preço do açúcar. A alta do combustível torna mais lucrativo para as usinas brasileiras produzir etanol a partir da cana-de-açúcar, resultando em menos matéria-prima disponível para a produção de açúcar e um consequente aperto na oferta. Uma explicação para o descolamento dos preços do açúcar em relação aos do petróleo pode ser a entressafra no Brasil.

Como muitas usinas de açúcar estão fechadas antes do início da colheita da nova safra em abril, a alta do petróleo não é capaz de gerar impacto na produção de etanol. Além disso, as vendas de etanol no Brasil parecem estar fracas. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), as vendas em janeiro caíram 32% em relação ao ano anterior, para 1,76 bilhão de litros, o nível mais baixo desde abril de 2021. Naquela época, o Brasil estava em confinamento por causa da pandemia e a demanda por combustível era pressionada. Além disso, o etanol ficou mais caro do que a gasolina nos últimos meses, porque as usinas de açúcar anteriormente produziam mais açúcar e menos etanol.

Isso agora pode mudar em vista da tendência atual dos preços. As atenções do mercado já estão voltadas para a safra de açúcar 2022/2023, que começa em abril, e deve ser melhor do que a do ano anterior. A safra de cana-de-açúcar na principal região produtora (Centro-Sul do Brasil) deve totalizar 560 milhões de toneladas, após 525 milhões de toneladas no ano passado. Consequentemente, o mercado global de açúcar deve mostrar um superávit de 750 mil toneladas novamente no próximo ano-safra, após registrar um déficit de 1,25 milhão de toneladas no atual ano-safra 2021/2022. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.