15/Fev/2022

A desoneração proposta pela PEC dos Combustíveis teria um impacto negativo no fluxo de caixa das produtoras brasileiras de açúcar e etanol. No entanto, a redução de impostos para 2022 e 2023, sem compensação fiscal, não afetaria o rating das companhias, uma vez que o setor deve continuar se beneficiando de preços elevados. A agência espera que a geração de caixa das produtoras se beneficie dos altos preços do açúcar e etanol e da recuperação dos volumes moídos na safra 2022/2023, enquanto as vendas dos produtores de etanol à base de milho serão impulsionadas pelos recentes investimentos expansionistas.

Uma combinação de preços médios do petróleo Brent de US$ 70,00 por barril e taxa de câmbio de R$ 5,50 em 2022 resultará em preços médios do etanol em linha com os de 2021. Os valores do etanol hidratado atingiram a média de R$ 3,29 por litro na usina em São Paulo em janeiro de 2022, alta de 57% em relação a R$ 2,09 por litro em janeiro de 2021. Os fluxos de caixa operacionais de processadores com grande presença de cana-de-açúcar de terceiros no mix de originação devem ser menos afetados pela PEC em comparação com produtores de etanol à base de milho ou processadores de cana-de-açúcar com grande quantidade de cana própria no mix.

Com isso, Raízen e Açucareira Quata se beneficiam do mecanismo do Consecana, segundo o qual os preços da cana-de-açúcar estão atrelados aos preços de mercado de açúcar e etanol. Por outro lado, a Jalles Machado e produtores de etanol à base de milho, como FS Agrisolutions e Inpasa, não se beneficiam desse mecanismo de precificação, que é mitigado pelo cenário de preços atualmente positivo para essas commodities. Se os impostos sobre o preço do diesel também forem reduzidos e a taxa de câmbio brasileira permanecer estável, os custos e despesas de logística de todos os emissores deverão ser reduzidos, pois o diesel é um componente logístico fundamental. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.